terça-feira, 30 de setembro de 2008


Retrospectiva DIR EN GREY: parte 1 ~ GAUZE


O álbum novo do DIR EN GREY, "UROBOROS", está chegando aí. Então, resolvi falar um pouco sobre os álbuns anteriores a título de retrospectiva. É aquele velho papo de professor: pra entender o presente, temos que entender o passado. Álbum a álbum, vamos dar uma olhada na tragetória do quinteto de Kansai. Se fôssemos falar do BUCK-TICK, isso seria loooooooooooooongo, mas como é o DIR e estamos em 2008, vai ser de boa!

GAUZE
1999
cor
drama
aprox. 65 min.

Alguns consideram "GAUZE" a obra-prima da banda. Eu não gosto tanto dele, porque o conheci junto com os dois álbuns seguintes, que acho bem mais artisticamente pertinentes. Mas isso é assunto para adiante...

Quando o DIR EN GREY começou em 1997, musicalmente eles eram praticamente mais uma banda pós-Kuroyume (durante seu primeiro mês de vida, o DIR se chamava DEATH MASK, em alusão a uma música do Kuroyume). Quem os visse na época poderia pensar que eles eram só mais uma bandeca visual à toa. Só que, em 1998, eles venderam o segundo single, "-I'll-", tremendamente bem para uma bandeca, conseguindo aparecer em 7º lugar no ranking semanal da Oricon. Um feito raro até mesmo para os padrões atuais. O resultado foi um contrato major com a EAST WEST JAPAN, do grupo Warner. Curiosamente, cinco singles depois, eles lançaram o álbum "GAUZE" pelo selo independente FREE-WILL, onde permanecem como banda major (leia-se: "galinha dos ovos de ouro") até hoje.

DIR EN GREY, na época que se escrevia "Dir en grey"

O maior sucesso comercial do grupo foi co-produzido por YOSHIKI. Ao que parece, pelos créditos do encarte do disco, o cinco singles (metade do álbum) passaram pelas mãos do produtor, empreendedor e ditador YOSHIKI. A orquestrinha no arranjo de "Cage" não deixa dúvidas disto.

Aliás, "Cage" e outro single, "YOKAN", são duas das faixas mais prestigiadas de "GAUZE". Injustamente, eu diria. O álbum tem trabalhos mais impressivos. "raison dentre" e seu título escrito num francês semi-analfabeto dá um ar novo à musicalidade visual kei com seu toque eletrônico, a despeito do início de carreira do DIE IN CRIES. "mazohyst of decadence", embora não seja a coisa mais criativa do mundo (vide adiante), procura trabalhar com uma estrutura mais intensa, algo não muito comum no movimento. Assim como a dramática "304 GOUSHITSU, HAKUSHI NO SAKURA", "Schwein NO ISU" tem uma melodia cativante, só que trabalha com a agressividade (e de uma maneira muito bem dosada).

Shinya disse em uma entrevista que a gaze ("gauze", em inglês) era algo bonito que cobria algo feio (uma ferida). Anos mais tarde, a simbologia do nome do álbum nunca pareceu tão clara.

O mais interessante de "GAUZE" é que ele é um grande resumo do que aconteceu no visual kei até 1999. Em sua variedade, o disco não chega a mostrar tudo, mas apresenta boa parte do que havia sido desenvolvido musical e até visualmente no movimento até então. Bom... no fundo, acho que o DIR EN GREY era mais uma mistura de Kuroyume e LUNA SEA, com um maior apelo visual (o que viria a mudar). Observe o infográfico comparativo abaixo:

Clique para ampliar =)

Só que eu diria que logo em "MACABRE" (2000) eles já conseguiram desenvolver sonoridades mais originais (mais sobre isso na próxima parte do especial).

Falando em apelo visual, o do DIR era especial. Não façam piadinhas sexuais, mas todos os integrantes eram bonitos. E nessa época específica, era como se cada um tinha uma cor de cabelo determinada que o identificasse. Die: vermelho; Kaoru: rosa/roxo; Toshiya: azul; Shinya: castanho... Kyo estava com o dele tingido de vermelho/vinho, mas logo consagrou-se com o loiro intenso. As indumentárias ainda contavam com algo a mais... ou melhor, a menos. Um pouco menos de tecido. Mostravam um pouco mais o corpo dos integrantes em comparação com as roupas normalmente usadas por bandas visuais noventistas:

Não dá pra ver, mas Shinya está de saia e Kaoru ainda tinha a "opção" sem a blusa transparente por cima, revelando um tipo de "tomara que caia".

É um visual muito bem feito, na verdade. E na época tinha um impacto forte, ainda, creio. No Ocidente, certamente tinha.

Não obstante, DIR EN GREY investia ainda mais no visual via outro meio: o videoclipe. Todas as faixas de "GAUZE" ganharam um clipe num VHS/DVD. É certo que a maioria desses clipes seguiam o padrão visual kei: pouca criatividade, sendo o grande chamariz o próprio visual da banda. Mas chamar creio que a atenção para seu visual tenha sido justamente o propósito da coisa.

Apesar de tudo isso, o DIR EN GREY tomou rumos diferentes. Em vez do sucesso certo de músicas manjadas e aparência multicoloridamente (?!?!) apelativa, a banda, aos poucos, louvadamente seguiu caminhos mais ousado. É o que veremos em breve, nas resenhas dos álbuns seguintes.

GAUZE*

01. GAUZE -mode of adam-
02. Schwein NO ISU
03. YURAMEKI
04. raison dentre
05. 304 GOUSHITSU, HAKUSHI NO SAKURA
06. Cage
07. TSUMI TO BATSU
08. mazohyst of decadence
09. YOKAN
10. MASK
11. ZAN
12. AKURO NO OKA
13. GAUZE -mode of eve-

* = Romanizações/grafias de acordo com as fornecidas no site oficial em 2007 (atualmente não se encontra), a despeito do que pode ser encontrado no link fornecido.

Nota: 3,5/5,0

COMPRE!

PS: Pra quem mexe com música... Acabo de achar uma tradução para o inglês de um artigo do livro de partituras do "GAUZE". Você sabia que Kaoru alugou duas Les Pauls e uma Jaguar para gravar algumas músicas como "Schwein NO ISU"?


La'cryma Christi no Imeem.com


HIRO (gu), KOJI (gu), TAKA (vo), SHUSE (bai), LEVIN (bat)

Quando percebi que uma das poucas bandas que moram no meu coração não tinha um playlist no Imeem.com, resolvi criar um. O La'cryma merece. Afinal, é uma das melhores bandas visuais dos anos 90. Aliás, não, de todos os tempos. "Descobertos" pelos caras do LUNA SEA, o estilo deles é autêntico e muito bem trabalhado. Minhas partes favoritas são as melodias e as linhas de guitarra =)

Selecionei as seguintes músicas, dentro do limite do que já estava apado no site:

01. Mirai Kouro
Single (1998), Lhasa (1998)
Uma de boinha pra começar. Lembro que, pelo papo que eu levava com uns conhecidos há alguns anos, essa era uma música que chamava bastante anteção de quem não conhecia bem a banda.

02. Vampire Circus
DEEP SPACE SYNDICATE (2003)
Agitadinha e muito bonita, uma das mais marcantes faixas do que considero o melhor álbum deles (e o último bom).

03. IN FOREST
Single (1998)
Gozado, o verso é muito diferente do que me lembro de ouvir no álbum. O arranjo, no geral, também. Acho que fiquei muito tempo sem escutar La'cryma. Essa já começa a agitar um pouco mais as coisas. Seguindo a lista até aqui, já dá pra sacar que a variedade dos caras era boa. Característica que hoje em dia, aparente e infelizmente, virou noventista no meio visual.

04. Ivory Trees
Single (1997), Sculpture of Time (1997)
O clima agitado continua, desta vez mais feliz.

05. Henseifuu
Sculpture of Time (1997)
Tudo muda radicalmente aqui. A balada dramática a meio tempo cria uma atmosfera tensa. Tudo muito bem construído sempre por um arranjo bem elaborado. Refrão encantador. Engraçado que a música está no "Singles Collection" (2000) apesar de nunca ter sido o lado-a de um single.

06. THE SCENT
Single (1997), Sculpture of Time (1997)
Uma rápida introdução meio caipira estadunidense (ou "country", se você preferir) leva ao estilo rápido e feliz que você já deve ter sacado que é a cara da banda. Mas não se deixe enganar, você já vai ter a chance de descobrir que o La'cryma vai além e também tem um lado mais agressivo a mostrar...

07. Lhasa (unplugged)
Single (1998)
... Mas não agora, como o título sugere =) Bem baladinha relax mesmo, mesmo com a voz aguda do TAKA.

08. Jounetsu no Kaze
Single (?), &・U (2002)
Agora a coisa muda bastante. Um som com influências hispânicas! E uma recomendação pra quem gosta de clipe com historinha. Mas não pra quem gosta de um clipe muito bem feito =p (Digamos que o forte dos caras mesmo é a música...)

09. Blossom
Single (2002), magic theatre (2000)
Esses caras nasceram fazendo música bonita! Fala sério! A ponte combinada com o refrão são demais. O solo é primoroso -- é assim que se faz, algo belo, e não com notas na velocidade da luz.

10. Eien
Single (1999)
Depois dessa, eu ousaria dizer que La'cryma Cristi, no mínimo, compete com X JAPAN para o título de banda mais romântica do visual kei (considerando que GLAY e L'Arc~en~Ciel começaram/têm alguma coisa a ver com o movimento, mas distanciaram-se rapidamente e muito do mesmo).

11. Angolmois
Sculpture of Time (1997)
Poxa, como tem música desse álbum no Imeem. Ah, bem lembrado, o La'cryma também tem um leve lado experimental. Eu diria que o início dessa música lembra algo de rock progressivo... mas só lembra, vagamente. E já estamos um pouco mais pesados aqui.

12. Sanskrit Shower
Sculpture of Time (1997)
Daquele álbum de novo... Sim, ele é muito bom mesmo. Mais uma faixa diferente, pra quem tava achando a lista muito melosa.

13. Simply Red
DEEP SPACE SYNDICATE (2003)
Não, não tem nada a ver com a banda ocidental. Uma balada quase hard rock, sabe, porque ela tá tão calminha, só na voz e piano, daí entra guitarra e tal e o refrão dá uma pancadinha!

14. Yuki ni Natte Kieta Futai
magic theatre (2000)
E cá estamos mais uma vez com um descontraído pop rock.

15. HAVEN
DEEP SPACE SYNDICATE (2003)
Sempre me senti nas núvens ouvindo esse som... Um 'gran finale' original por ser tão singelo. Cara, tinha uma época que eu ouvia esse álbum aos sábados, quando ia pra facul de dia... Ele é maravilhoso e me faz lembrar do tempo de sol ameno daquelas manhãs =)

Faltaram:
Warm Snow
Without You <3
SHY <3
GROOVE WEAPON <3
Israel (diferentona e estranha -- interessante!)
Heart&Soul

Os caras hoje em dia...

KOJI: Foi o primeiro a sair, em meio ao início da decadência musical deles (2004). Chegou a tocar no Creature Creature e atualmente está no ALvino com o ex-PIERROT Jun.
HIRO e TAKA: Formaram uma dupla chamada Libraian. O estilo musical lembr ao velho La'cryma, mas as primeiras músicas não foram nada empolgantes. Mas eles continuam na ativa, já lançaram até um álbum... Quem sabe vale a pena ouvir...
SHUSE: Toca com yasu (Janne Da Arc) no Acid Black Cherry.
LEVIN: Toca com TOSHI (X JAPAN) no TOSHI with T-EARTH.

La'cryma Christi no CD Japan

www.lacrymachristi.jp
www.libraian.jp

segunda-feira, 29 de setembro de 2008


Entrevista no JaME: abingdon boys school e "Live Earth"


O JaME inglês acaba de publicar uma entrevista com abingdon boys school, aquela banda de rock do cantor Nishikawa Takanori (TM Revolution), umas das melhores coisas que já surgiu no rock pesado. Em um breve porém notório trecho, eles comentam sobre o "Live Earth":

JaME: No ano passado vocês tocaram no 'Live Earth', que é foi um evento para combater as mudanças climáticas. O evento ocorreu em vários lugares do mundo e foi amplamente promovido pela mídia internacional. Como foi para vocês tocar nesse evento?

Nishikawa: Honestamente, nos eventos internacionais como os de Londres ou dos EUA seus conceitos eram claros e a consciência do público era alta, então o evento foi bem mesmo que o tema fosse difícil sobre ecologia e o meio-ambiente da Terra. Contudo, o evento no Japão foi como qualquer outro evento musical.

Kishi
(tecladista): Sim. Foi só como músicos fazendo o que sabem em cima do palco um após o outro.

Japonês é que nem brasileiro, gosta de malhar o próprio país? Lembro-me de que, na época, logo depois do "Live Earth" acabar, saiu em algum jornal uma crítica de que, nos países em geral, os shows em si chamaram mais atenção do que a causa ambiental. Imagino eu, especialmente em casos como a temporária, histórica e agora irrecuperável reunião dos membros da formação consagrada do Pink Floyd.

Isso me lembra de toda a papagaiada sobre "rock ter atitude", "tal estilo de rock ter uma causa/filosofia", baboseiras desse tipo. Tudo papagaiada, óbvio. Ou é delírio adolescente, ou tática pra atrair público e aumentar vendas, mas de qualquer maneira, pura ladainha. O clima continua fodido, mas o Pink Floyd vendeu alguns milhões de discos depois daquele show no "Live Earth", por exemplo.

Felizmente, o mercado musical japonês parece imune a esse mal. Salvo uma banda ou outra -- incluindo algumas que acham que visual kei é a filosofia de vida definitiva, fruto do clímax das expressões artística e científica, o cume da produção cultural humana -- as bandas de lá parecem, no geral, defender a filosofia que considero a mais nobre no mundo da música: fazer um trabalho legal.

abingdon boys school no CD Japan

segunda-feira, 22 de setembro de 2008


DIR EN GREY - GLASS SKIN (ao vivo no Music Japan)


Depois de muito tempo, coisa de uns cinco, seis anos, DIR EN GREY apareceu novamente em um programa de TV desses que vão várias bandas tocar, com apenas o vocal sendo ao vivo, o instrumental sendo playback editado pra ficar menor. No caso, o Music Japan, do canal NHK, da última semana.

A primeira coisa que observei foi a confirmação da minha previsão. Kyo desafina logo no primeiro verso e mantém o padrão até o final do vídeo. Realmente, ele estragou sua voz, nunca mais será o mesmo, ao que parece.

Toshiya providenciou o penteado mais ridículo da música major japonesa de todos os tempos. Meus parabéns! =D

Pontos interessantes: Kyo e Kaoru vestiram-se de um jeito que lembra o DIR EN GREY de 2003, da época do "BLITZ 5DAYS", quando a banda ainda era uma banda, apenas com um provável embrião do desastre que se tornou. Mas eu diria que, logicamente, o fato dos dois usarem uma roupa que lembre uma época não quer dizer nada.

Pra quem tem tempo de sobra:



Grato ao Kaoru (usuário) pelo link!

"GLASS SKIN" no CD Japan

domingo, 21 de setembro de 2008


Gackt, atuando, se sai como um ótimo cantor


MOON CHILD
Filme, ação/drama, 2003

Eu acabo de aproveitar minha oportunidade de assistir a "MOON CHILD", primeiro filme estrelado por HYDE e Gackt, tanto junto quanto separados... Mas bem, isso é mero formalismo, porque você já tão carecas de saber. Também sei que fui o último cara a assistir esse filme. Portanto, o que vem a seguir é mais um desabafo do que uma crítica.

Um amigo uma disse (e hoje sei que ele teve a pachorra de dizer) que o filme não era tão ruim. Puta que la merda... por onde começar? Talvez relatando o que percebi logo de cara, pra minha surpresa: a atuação do HYDE não é das piores e a do Gackt, ao menos nas cenas humoísticas, é um lixo. E nas não-humorísticas não é nenhum primor. Eu esperava que os desempenhos de HYDE e Gackt no filme fosse justamente opostos, já que o Gackt é o cara que é cheio de atuar por aí. Imagino que ele tenha melhorado bastante pra chegar trabalhar no hollywoodiano "Bunraku", ainda e ser estreiado.

Um chefe da máfia tem direito a usar lençol como roupa e não ser gozado por isso

E lembremos que o enredo original foi desenvolvido por Gackt. Pois bem, retomo o título deste post afirmando que criando argumentos, ele se sai como um ótimo compositor. A história é fraca. Aliás, a própria proposta do filme já é tosca: misturar gangster com vampiro. Tão infantil quanto o personagem esquisito do Gackt. Não obstante, spoilers aparte, a trama parece passar por algumas situações muito forçadas, às vezes até desnecessárias, ou seja, sem razão de ser. A cereja do bolo do enredo é o puta dramalhão forçado. Se bobear, "MOON CHILD" passa à tarde no SBT, com direito ao dublador do Arnold Schwarzenegger/MacGyver pro Gackt e uma mina pro HYDE. A dubladora da mocinha do filme que vai só perder tempo, coitada. Com esse filme, ela não vai ganhar grana nem pra pagar o combustível que vai gastar pra chegar até o estúdio de dublagem.

Pra fechar com chave de bosta diarreica, que não serve nem como adubo (acho), apesar de tudo isso, a pior parte do filme são as cenas de ação. As cópias -- pra não dizer plágio -- de Matrix entre as primeiras cenas fazem os olhos sangrarem. O Gackt faz tanta pose de fodão em vídeos e fotos relacionados a sua carreira musica... Como pôde se rebaixar a esse ponto?! Mas isso é só a ponta do iceberg. Você com certeza já viu um bando de caras em filmes estadunidenses trocando tiro a torto e a direito durante um tempo muito longo, digno de ator pornô, sem se acertar. Mas em "MOON CHILD" essa tradição é levada ao extremo. Faz as cenas dos filmes estadunidenses parecerem tão real quanto as contas que você, ou seu pais, têm que pagar. A cena a seguir foi, pra mim, o clímax do filme, pois foi a pior que já vi na minha vida inteira. Sério.

Gackt encurrala o inimigo...

... mas descobre que está sem munição.

O inimigo encurrala Gackt.

Gackt então leva quase dois segundos para gritar...

...empurrar o inimigo...

...empurrar mais um pouco...

...torcer o braço do inimigo...

...e atirar nele com sua própria arma.

Quase dois segundos. E o cara nem reagiu. Talvez ele fosse fã do Gackt... Ou talvez ninguém envolvido com roteiro, direção e produção do filme tivessem a menor preocupação com verossimilhança!

Eu acredito que nada mais precisa ser dito.....

Nota: 0,5/5,0 ~ "Uma droga!"

HYDE no CD Japan

Gackt no CD Japan

sábado, 20 de setembro de 2008


Versailles vai salvar a princesa do dragão


Versailles - NOBLE
Álbum, julho-outubro/2008

<--- Salvar ou matar?!?!? Enfim...

Eu ia criticar o Versailles dizendo que eles soam como sendo apenas uma banda de power metal/heavy metal/algo assim. Mas daí um fã pode dizer "é exatamente esse o objetivo". Bom, complemento dizendo que eles soam como sendo apenas MAIS UMA banda de power/heavy metal/coisa assim -- com um pouquinho de Moi dix Mois aqui ou D ali.

Pois é, as guitarras e o baixo passam a maior parte fazendo as mesmas linhas, com power acordes nas guitarras e a nota fundamente no baixo. Os solos de guitarra são chato, não cativam. O arranjo se incrementa um pouco por causa da orquestração. KAMIJO passa a maior parte do tempo forçando a voz pra ficar mais grossa (isso me lembra D, além dos ritmos da introdução de "After Cloudia"), o que não cola. Sobre Moi, algumas músicas possuem um ar obscuro que me lembra eles, em resumo. Mais precisamente "Second Fear -Another Descendant-" e "to The Chaos Inside" e seu bate-estacas. Acho as duas faixas meio que a cara do grupo do Mana.

Versailles. Ah, pardon, mi-lorde! Versailles *~Glorious Choir from Excalibur~*

Eu diria ainda que "Antiqu in the Future", entre suas mudanças de ritmo, revela um pequeno surto de MALICE MIZER durante a ponte, quase no começo, após o verso. "windress" até possui uma melodia que me chamou alguma atenção, um refrão com falseto interessate, mas o arranjo típico estraga tudo. "History of The Other Side" não é o outro lado da banda, com certeza. Meio que só tem um... A música começa um pouco diferente, mas logo cai no lugar comum do grupo. Uma pegadinha do Mallandro...

E por aí vai até a música final (ou "gran finale", como os caras provavelmente prefeririam), "Episode". Achei que seria um outro instrumental cheio de orquestra. Pra minha agradável surpresa, é uma balada só de voz e piano. E sim, estou sendo totalmente tendencioso dizendo que é a faixa mais "ouvível" do disco -- porque não tem barulho, é uma música mansinha. KAMIJO canta com uma naturalidade suave a singela melodia guiada pela uma bela harmonia que sai do piano. Achei que esta resenha seria um desastre, mas o "Versa" ganhou uns pontos comigo. Só um pouquinho.

Na verdade, reafirmo, Versailles é praticamente só mais uma banda de power metal. O pouco que há de diferente não é suficiente. Parece até banda ocidental mesmo, com quase toda a repetição exaustivamente acentuada do meio metal. Um saco.

Nota: 1,5/5,0 ~ Prefiro LAREINE. E eu nem gosto de LAREINE.

"NOBLE" no CD Japan

sexta-feira, 19 de setembro de 2008


VAMPS - LOVE ADDICT


HYDE (vocal, guitarra -- L'Arc~en~Ciel) + KAZ (guitarra -- oblivion dust, ex-hide with Spread Beaver). Single, julho de 2008.

Não sei porque HYDE resolveu iniciar este novo projeto em vez de continuar com seu trabalho solo (do qual participa KAZ como produtor e também guitarrista de apoio, se não me engano). O som do VAMPS não é tão diferente do que ele tem feito sozinho, ou seja, altamente ocidentalizado.

"LOVE ADDICT" é uma música de riff minimalista e repetitivo. Melodia demasiadamente simplória. Sem sal, típico do rock ocidental. O lado-b, "TIME GOES BY", é uma música mais calma no mesmo estilo.

Além de vender por isto que vê-se na foto...

... eu diria que HYDE solo e VAMPS só chamam atenção por causa do HYDE (sua figura na indústria musical japonesa). E o HYDE é o hyde do Sr. L'Arc~en~Ciel. Puta publicidade e historicidade. Daí vende. O oblivion dust, por exemplo, é uma banda japa de som ocidentalizado e cheio de letras em inglês, assim como o FAKE?, projeto de Ken Lloyd (do oblivion dust) com INORAN (ex-LUNA SEA). Ambas estas bandas nunca tiveram tanta mídia quanto o que faz o suprasumo HYDE. Eu diria que o sucesso de seus projetos fora do L'Arc são uma questão de marca. Um McDonald's musical.

Nota: 2,0/5,0 ~ Quem quer comer um HYDE com dois hamburgueres, alface... 8D

"LOVE ADDICT" no CD Japan

E não perda, dentro em muito breve: Uma resenha de "NOBLE", o primeiro álbum do Versailles, comentários de suas ações promocionais recentes e, mais adiante, o início de uma série especial sobre os dez álbuns de rock mais vendidos do Japão!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008


DIR EN GREY - GLASS SKIN


Então, depois de um bom tempo, DIR EN GREY resolveu fazer algo audível, que não fosse um monte de barulho copiado de bandas ocidentais. A solução encontrada foi voltar a copiar o LUNA SEA. Sim, é tão evidente que acho surpreendente que as pessoas não tenham comentado de monte. Talvez seja porque os fãs mais antigos – tipo da minha época – realmente se afastaram de vez, não sendo um single que vai trazê-los de volta, e os fãs atuais sejam um tanto quanto novos demais no meio j-rock pra conhecer LUNA SEA (o que, mesmo assim, é estranho em vista do quanto o LUNA tem aparecido recentemente).

Enfim, por que, afinal “GLASS SKIN” soa tão LUNA SEA? As guitarrinhas não enganam. Aquela que fica “solando” na maior parte da música tem um timbre e estilo tipicamente sugizianos. A exemplo de inspirações óbvias ao DIR pra tal temos as introduções de “LOVELESS” (do álbum “MOTHER”, de 1994) e “END OF SORROW” (STYLE, 1996). São dois clássicos que demonstram uma das marcas registradas do LUNA, a guitarra de SUGIZO. A outra guitarra de “GLASS SKIN” passa também boa parte da faixa tocando uma linha com um delay caprichado, outro elemento usado com certa frequência na obra do LUNA SEA. E o exemplo: “IN SILENCE” (STYLE, 1996). Por fim, dado todo este contexto, os murmúrios de Kyo no meio da canção não podem deixar de me lembrar os do baixista J em “FOREVER & EVER” (STYLE, 1996). O terço que Kyo segura nesse momento durante o videoclipe reforça ainda mais minha associação. Pra quem não sabe, J é católico e encheu os trabalhos do LUNA SEA com referências cristãs.

O DIR costumava fazer muito isso. Três de seus primeiros trabalhos, o mini-álbum “MISSA” e os álbuns “GAUZE” e “MACABRE” têm influências claras (e umas copiadelas) não apenas de LUNA SEA, mas também de Kuroyume, dois dos mais influentes nomes do visual kei. Feitas as acusações, fico devendo um artigo demonstrando mais detalhadamente as semelhanças.

Voltando à resenha, “GLASS SKIN” não é a música mais cativante que o DIR EN GREY já fez. Acho até estranho que ela tenha sido lançada em single. Porém, o simples fato dela não conter berros e riffs nu metal já chama bastante atenção. O grupo vai até aparecer no programa Music Japan, da NHK! Quem diria! Acho que eles nem sequer lembravam que existiam programas assim. Só que, mesmo em programas assim, o vocal é ao vivo. Então, além de passar vergonha em shows (ou não, os fãs não parecem ligar muito pra isso), Kyo vai deixar bem claro em rede nacional que é incapaz de cantar direito as melodias que grava. “GLASS SKIN” ao vivo vai ser mais um bom exemplo disso, devido a suas notas muito agudas.

A volta do apelo visual, só que de outra forma (Kyo). E não posso deixar de pensar que Toshiya emprestou seu xampu pro Shinya (vide aqui).

Temos então uma nova versão de “undecided”, originalmente lançada no álbum “KISOU” (2002). Dentro do conceito de acalmar os ânimos do single, a banda fez um arranjo mais leve para a música, todo com violões. Ficou bem agradável. Fazia tempo que o DIR não acertava com regravações assim, principalmente depois de cagar em cima de HYDRA (MACABRE, 2000) com a amplamente infeliz “HYDRA -666-” (single “DOZING GREEN”, 2007), um amontoado de berros sem sentido e sem sequer semelhanças com a música original.

A próxima faixa não é uma música, é uma piada. E estou falando sério. Uma série de notas a olho no piano e Kyo berrando em cima... Se o DIR EN GREY acha que essa “AGITATED SCREAMS OF MAGGOTS -UNPLUGGED-” é uma música séria ou qualquer coisa além de um sarro, eles são completos retardados mentais. Eu falo assim porque não é de se duvidar, mas enfim...

O single termina com uma versão ao vivo de “RYOUJOKU NO AME”, mais uma oportunidade para reforçar que Kyo não sabe mais cantar ao vivo. Desafina, perde o fôlego... lamentável, principalmente quando comparado ao Kyo de 2004, no auge de sua performance vocal, cantando melodias difíceis, agudas, direitinho, dando seus eventuais grunhidos, gritos e outros tipos de sons estranhos em momentos bem escolhidos e de forma apropriadamente moderada. Ah... os tempos em que DIR EN GREY era uma boa banda... Algo me diz que “UROBOROS” nenhum vai trazer aqueles caras de volta...

Pra terminar, uma suspeita pessoal: eu diria que o DIR EN GREY está abandonando/abandonou seu recente estilo “metalzão com berreiros” porque ele simplesmente não deu certo. Apesar deles não terem ido mal nos EUA com “THE MARROW OF A BONE”, de 2007, (que, aparentemente vendeu mais do que o “Withering to death.”, de 2005, lá), o mercado principal deles ainda é o japonês. Aí, é só conferir seu próprio ranking de álbuns, segundo a Oricon:

1. GAUZE (1999)
2. MACABRE (2000)
3. KISOU (2002)
4. Withering to death. (2005)
5. VULGAR (2003)
6. six Ugly (2002, mini-álbum)
7. DECADE 1998 – 2002 (2007, coletânea)
8. DECADE 2003 – 2007 (2007, coletânea)
9. KAI (2001, remixes)
10. THE MARROW OF A BONE (2007)
11. MISSA (1997, mini-álbum independente)

Pois é, TMOAB só não vendeu menos do que o mini-álbum independente. E pra se ter uma idéia um pouco mais profunda de como o DIR tá mal das pernas, geralmente, quando uma banda lança uma coletânea de 10 anos de carreira, é de se esperar que seja um dos lançamentos mais vendidos da carreira do grupo. Mas como eu já disse, parece que os fãs antigos já não têm mais esperanças para o DIR e caíram no desgosto com relação ao quinteto mesmo. Um álbum original vender menos do que um de remixes chato é dose.

Nota: 2,5/5,0 ~ E a capa mantém o padrão horrível das capas de uns singles dos anos recentes

"GLASS SKIN" no CD Japan

E a seguir, não "perda", resenhas de Versailles e VAMPS!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008


Para os fãs de Prison Break


A Companhia está em todos os lugares!

No cel: "É melhor colaborar, ou todos vão saber o que seu vocalista andou usando... e isso seria péssimo para sua banda, não?"


Cara do fundo: "Eu sei que você quer uma carreira proeminente nos EUA e Europa. É fácil conseguir... Basta nos entregar o cantor baixinho!"
Gackt: "Nem fu... T-T"


Resenhas: lançamentos de agosto e setembro (singles)


Considero-me um homem justo: tardo mas não falho. Em termos de postagem em blog, claro! Outros assuntos são outras histórias... Enfim... quanto mais falo, mais me complico... Vamo logo pras resenhas!


alice nine. – RAINBOWS
08/2008

Já vi compararem “RAINBOWS” à “FUZZ” do MUCC. Bom, a do alice certamente também tem um quê eletrônico e eu diria que com certeza não é de modo algum uma cópia da música do MUCC. “RAINBOWS” remete, creio, a um clima mais “disco anos 70”. Isso, combinado com os timbres certeiros do grupo e um arranjo com polifonia na dose certa compõem um belo hit. O alice nine. só se estraga quando resolve fazer músicas barulhentas ou sem muita criatividade, como a faixa seguinte do single, “Strawberry Fuzz”. Os fãs que me desculpem, mas essa música é meramente emo. É, eles têm um som ou outro nessa linha. Bastante desnecessários, eu diria, e não-divertidos também – o que realmente importa. “Kochouran” é uma balada com arranjo bem apropriado e melodia até bem feita. Mas faltou algo pra me cativar. Não é muito chamativa, mas também não é ruim. Imagino, então, que pros fãs seja boa.

Nota: 3,5/5,0 ~ O Shou cantando me lembra o Zed de “Loucademia de Polícia” =)


MUCC – Ageha
08/2008

O MUCC tem um defeito que às vezes é uma qualidade. Eles sempre repetem algumas coisas, mas, na maioria das vezes, com um toque de algo novo. “Ageha” caminha pelas trilhas do nu metal – num jeito um tanto quanto Slipknot de ser – que, digamos, a banda já conhece MUITO bem. E até o refrão, a coisa já foi parar num campo mais melódico que é mais a cara da banda. Mas, ao mesmo tempo, a música não soa exatamente igual a outros trabalhos da banda nesse gênero. Os elementos eletrônicos explorados no último álbum, “Shion”, lançado neste ano, só dão as caras numa ponte do meio da canção. Talvez a produção de ken do L’Arc~en~Ciel tenha algo a ver com esse diferencial. Quanto ao lado-b “Concrete 082”, remete um pouco a material antigo do MUCC e um muito a (como não poderia deixar de ser observado, de tão óbvio que é) Red Hot Chili Pepers. Não apenas pelo baixo, mas também pela guitarrinha sem distorção. Mas o refrão bem emotivo da música, a ponte viajante no meio (mantendo o arranjo singelo) e a própria faixa-título do single compensam isso. Só fica a pergunta: será que o MUCC vai abandonar de vez esse lance de nu metal antes que ele fique desgastado de vez?

Nota: 4,0/5,0 ~ Vamo pra frente, MUCC! Quem anda pra trás é o Michael Jackson


Plastic Tree - Replay / Dolly
08/2008

Provavelmente eu já disse isso mais de uma vez, mas o Plastic Tree é especialista em lançar músicas bonitas. Você encontra bons exemplos de diversas épocas da banda: a antiga “Zetusbou no Oka”, a nem tão nova “Mizuhiro Girlfriend”, a recente “Alone again, wonderful world”. Seria ótimo se o Plastic Tree resolvesse concentrar pelo menos um álbum nesse estilo ao invés de procurar a pluralidade sonora através de uma série de músicas “alternativescas” sem graça. A primeira faixa deste single fica, sem sucesso, entre os dois extremos. “Replay” parece o tipo de música feita com pressa, quase que de qualquer jeito. Não sei porque lançaram isso como um lado-a de single. É bem inferior à bela “Dolly”, que, vejam bem, não possui um arranjo lento e meloso. Ao contrário, ela é agitada e a melodia é muito bonita e cativante. Inspiradora, até! Por fim, o lado-b de fato. Mais uma vez o “alternativismo maluquinho” estraga o trabalho do Plastic Tree com a instrumental lentinha-que-muda-pra-agressiva-no-meio-do-caminho “Kaisou, Koe wa Naku.”, tão sem sal quanto a vasta maioria das instrumentais de grupos de rock. E, como tantos outros lados-b, serve só pra preencher espaço e justificar o preço do single. Duvido que seja uma música que a banda tocaria ao vivo.

Nota: 2,5/5,0 ~ Soltando sons bons de pouco em pouco, depois de uns 20 anos vai dar pra juntar tudo e fazer um ou dois álbuns bons deles


Mr.Children – HANABI
09/2008

É uma bela música. Não é agitada nem lenta. Não é melosa nem chata. Não é um single muito marcante para despedida pré-hiato, nem muito fraco como se fosse um lançamento qualquer. Podemos então concluir que Mr.Children sabe trabalhar bem os meios-termos? Uma coisa digo com certeza, música relaxante sempre foi com eles mesmos. Além da inédita faixa-título, temos uma regravação do razoavelmente recente clássico “Tada Dakiatte” – muito bem-vinda, diga-se de passagem. A cansativa versão original lançada em 2004 no álbum “Shifuku no Oto” com o nome de “Tagatame” ganhou um arranjo muito simpático ao violão e teve sua estrutura diminuída muito apropriadamente, eliminando o original problema de repetição excessiva do refrão. O single fecha com “Natsu ga Owaru -Natsu no Hi no Hommage-”. Pou, uma baladinha pra fazer você pensar na namorada ou no namorado num pode faltar, né!

Nota: 4,0/5,0 ~ O Sakurai cantando é assim: XD


Dentro em muito breve: resenhas de lançamentos de DIR EN GREY, VAMPS e Versailles!

domingo, 7 de setembro de 2008


Resenhas: DVDs ao vivo (lançamentos)


abingdon boys school - abingdon boys school JAPAN TOUR 2008
17/06/2008

Eu diria que o álbum desses caras foi provavelmente o melhor de 2007. E diria mais: uma pena que o TAKANORI tenha decidido manter-se focado em sua carreira solo (TM Revolution) em vez de dar prioridade ao abingdon boys school, certamente uma das melhores e mais refinadas bandas de rock pesado que já surgiu. Bem, desde que saiu o álbum, eu venho aguardando o lançamento de um DVD ao vivo. Afinal, não tinha como eles não lançarem um!

Efeito simples e bem usado

A espera finalmente terminou neste ano e minhas expectativas foram colocadas a prova. Em algumas fui feliz, em outras, nem tanto. A principal delas foi correspondida. Nunca acompanhei o trabalho solo de TAKANORI e pude descobrir agora que ele realmente é um excelente cantor. Tudo que ele faz no estúdio, repete ao vivo, sem titubear. E não, não é playback, exceto pelo uso desnecessário de um backvocal em "LOST REASON", uma de minhas decepções. De resto, dá pra perceber facilmente que é tudo ao vivo pra valer. E muito bem feito.

Ah, qual é! Um carrinho?! XD

Outra decepção com playback foi durante "Sweetest Coma Again", o cover de LUNA SEA, desta vez com o violão que TAKANORI "toca" durante a música. Não dá pra enganar até mesmo um leigo, desde que ele esteja um pouco atento, a 1h31m38s do vídeo, quando rola apenas voz e violão. O som não bate com o que o cantor faz com as mãos. Que feio! Tudo bem usar um playback da parte de violão, afinal os guitarristas tavam ocupados com as respectivas guitarras. Mas fingir que toca um instrumento é um baita mico, hein, principalmente prum cara consagrado como TAKANORI. Pior que considero "Sweetest Coma Again" o ponto máximo do show. Até o solo de guitarra (coisa da qual não sou assim tão fã quanto muitos) eu acho ótimo, porque se encaixa perfeitamente no contexto da música. Seria realmente um número perfeito, não fosse o mico.

Hisashi Imai no teclado

Sobre presença de palco, não há do que reclamar de TAKANORI. No entando, os outros deixam a desejar. Fora o tecladista, que obviamente não pode sair muito do lugar, os guitarristas não demonstraram muito ânimo até o último terço do show. Eles não se empolgaram um pouco mais antes de "stay away".

Como já exclarecido, não sou o maior fã de solos de guitarra. Nem de baixo. Nem de bateria. Então, qualquer número desse tipo em um show (sabe, quando fica só o guitarrista, ou qualquer outro instrumentista, fazendo um solo sem a banda mesmo) me enche o saco. Penso "bem que esse tempo gasto poderia ter sido melhor usado, eles poderiam ter tocado outra música". Pra minha infelicidade, o show tem dois solos de guitarra desse tipo. No segundo, pelo menos o cara fez o favor de fazer algo mais melódico ao final do número e não apenas exibir sua técnica "poderosíssima-metal-from-hell".

Acredite ou não, aqui TAKANORI está cantando um "U"

E cortar o show no meio pra mostrar cenas de passagem de som ou qualquer tipo de ocorridos em bastidores não é nada atraente. É o tipo de coisa que ficaria bacana num arquivo ou disco bônus.

Fora isso, sem reclamações! =) Peguei tanto no pé do que considerei defeito, mas na verdade é um DVD realmente bom, à altura da música da banda -- um trabalho cheio de qualidade.

Repertório

01. As One
02. HOWLING
03. DOWN TO YOU
04. NERVOUS BREAKDOWN
05. Via Dolorosa
06. DESIRE
07. SUNAO solo
08. BLADE CHORD
09. SHIBASAKI solo
10. Desert Rose
11. Nephilim
12. LOST REASON (feat. MICRO)
13. stay away
14. Fre@K $HoW
15. INNOCENT SORROW
16. Dress (BUCK-TICK cover)
17. Sweetest Coma Again (LUNA SEA cover)
18. Athena

Nota: 4,0 [Até não sei quando, abs!]


Mr.Children - Mr.Children "HOME" TOUR 2007 ~in the field~
06/08/2008

Há quase vinte anos, os caras do Mr.Children fazem as músicas mais bonitas do planeta. E mesmo depois de tanto tempo, o quarteto continua realizando seus shows com todo entusiamo, como se não bastasse a produção de primeira das apresentações.


Não obstante as razões acima, eis mais uma pra considerar este show uma introdução muito boa ao mundo de Mr.Children: Este nem parece um DVD da turnê do álbum "HOME", pois seu repertório abrange diversas épocas do grupo, desde antigueiras como "Hoshi ni Naretara" e "my life" até um dos últimos singles, "Tabidachi no Uta", lançado em outubro do ano passado.

De cara, já se vê que o lugar da apresentação é de responsa e não fica devendo nada prum Tokyo Dome da vida. O NISSAN STADIUM tem capacidade pra mais 72 mil pessoas e no show só não tinha público nas arquibancadas atrás do palco. Logo depois de "Irodori", faixa do "HOME" que já nasceu clássica, a banda começa a disparar clássicassos um atrás do outro. Vários deles com arranjos diferentes dos originais. Alguns, BEM diferentes -- o caso mais evidente talvez sendo "Tomorrow never knows". Durante a vasta maioria dos números, a banda foi acompanhada de instrumentos eruditos (dois violinos, viola, violoncelo) e um grupo de "metaleiros" (sax, trompete e talvez alguma coisa mais...).

Os cara são só sorriso

A platéia cantou algumas músicas. Desses momentos, o mais bonito foi durante "Kuchibue", uma das clássicas. A galera soltou a voz sem nem o vocalista Kazutoshi Sakurai pedir. Ele até começou a cantar, mas o coro do público estava tão tocante que ele deixou o vocal a cargo dos fãs durante a maior parte da música. Não tem preço!

Eu reforço: uma opção muito boa pra quem tá conhecendo ou quer conhecer uma das bandas mais importanes da história do Japão.

Esperando o busão pro show

A capa do disco é demais, não é verdade? Evidentemente, a tartaruga e a lebre fizeram mais naquele mato do que meramente competir em uma corrida.

Repertório

disco 1

01. Irodori
02. Na mo Naki Uta
03. Hoshi ni Naretara
04. See Saw Game ~Yuukan na Koi no Uta~
05. CROSS ROAD
06. Tomorrow never knows
07. my life
08. Hibiki
09. Kitto
10. HERO
11. Imagine (John Lennon cover)
12. CENTER OF THE UNIVERSE

disco 2

01. Dance Dance Dance
02. Fake
03. Any
04. Kuchibue
05. Sign
06. Pocket Castanet
07. Worlds end
08. Owarinaki Tabi
09. Shirushi
10. Wake me up!
11. innocent world
12. Tabidachi no Uta

Nota: 4,5 [=D]


See Saw Game ~Yuukan na Koi no Uta~


sábado, 6 de setembro de 2008


Spam, você ainda vai receber mais um (monte)


No site da Rádio Blast, há pouco


sexta-feira, 5 de setembro de 2008


GLAY - I LOVE YOU wo Sagashiteru (PV)


Cada um está fazendo uma coisa que gosta...

TERU está cantando

HISASHI está tocando

JIRO está fotografando (cadeiras vazias)

E TAKURO está vadiando


Mas o importante é que a luz do vídeo é bem bacana e a música é bonita.



quinta-feira, 4 de setembro de 2008


DIR EN GREY em "A Fantástica Fábrica de Pérolas"



O que será que Toshiya andou usando? Nada de bom pro cabelo, com certeza.


Seria divertido ler entrevistas do DIR EN GREY, se não fosse trágico. A seguir, alguns trechos:

Em SCUZZTV, Inglaterra, 2007

SCUZZ: Ok. É a primeira vez que vocês tocam na Inglaterra. E os ingressos para os dois dias se esgotaram. Vocês esperavam algo desse tipo?
Kaoru: Não faziamos idéia, não esperávamos. Foi uma surpresa e tanto.


Faça-me o favor... Desde 2005 que o DIR faz shows no Ocidente e tudo que é show, quando não esgota, pelo menos enche de gente (pra valer).

SCUZZ: Poderiam nos explicar o significado do nome DIR EN GREY? Quero dizer, ouvimos dizer que foi escolhido só porque soa legal, mas não há mesmo nenhuma explicação pro nome?
Kaoru: Está certo, escolhemos pelo som do nome em si. Mas tínhamos a intenção de fazer algo diferente de todos, então meio que criamos uma linguagem própria misturando algumas línguas. O nome em si é uma mistura de três línguas e achamos que ficou bem original.


Tão original quanto Imitation Pops Uchuu Sentai NOIZ. Pra quem não sabe, o LAREINE (ex-banda do KAMIJO do Versailles) tem uma antiga música demo chamada "Dir en gray". E os caras do DIR mantinham contato com os do LAREINE durante o início de carreira ou pelo menos durante a época do La:Sadie's. A prova do crime:


Kyo + EMIRU (LAREINE) ao centro


Antes do final do bate-papo com os ingleses, veio a máxima. Só por ela já teria valido toda a entrevista:

“Sempre tive essa vontade de estar no palco e fazer muito barulho.”
Kaoru (DIR EN GREY)

Sucesso, Kaoru! E teve também outra entrevista interessante...

Em OTAKU, Finlândia, 2007

OTAKU: De onde vocês tiraram inspiração para começarem a fazer música?
Die: Quando começamos, admirávamos uma banda que usava muita maquiagem, roupas chamativas e cabelos grandes. Naquela época considerávamos essa banda tal qual um ídolo. Mas, com o tempo, construímos o DIR EN GREY que somos agora.


Só pra pedir pra vocês se lembrarem disso no meu próximo post sobre o DIR.

Traduções: Alini e Melody
Fonte: direngreybrasil.com.br


L'Arc~en~Ciel - o segredo do sucesso




Artistas musicais em geral vêm e vão. Em nenhum lugar esse fato é tão cruel quanto no mercado japonês. Mas alguns se mantém por anos a fio. Completam dez, quinze, vinte anos de carreira ou mais. O L'Arc~en~Ciel é uma banda assim e figura entre as primeiras posições do ranking de predileção dos ocidentais fãs de música japonesa. E é por isso que tou começando o blog falando sobre eles! Só que o foco deste artigo não é o L'Arc e o mercado ocidental, mas sim o L'Arc e o mercado japonês e como eles permaneceram bem na fita.

A história, você provavelmente já conhece, nem que seja por cima: quatro caras se juntam em 1991, lançam o primeiro álbum indie em 1993 num estilo bem visual kei, debutam em 1994, vão desenvolvendo seu próprio estilo de pop rock, enchem animes com músicas deles, vão ficando bem famosos, trocam de batera em 1997 porque o antigo teve problemas com drogas, chegam ao auge em 1999, fizem o primeiro show transmitido ao vivo via celular do mundo em 2000, dão um tempo em 2001, voltam em 2003, começam a investir mais frequentemente em mercados internacionais em 2004 e estão aí até hoje. hyde (vo), ken (gu), tetsu (bai) e yukihiro (bat) são os tipos de caras que "todo mundo" no Japão conhece. O L'Arc faz parte da nata da música japonesa. E, embora seus últimos álbuns não tenham vendido nem metade dos mais de 2 milhões de "ark" ou dos mais de 2 milhões de "ray" (lançados simultaneamente em 1999), o grupo continua firme e forte. Mas o que deve ter levado a banda a isso?

Não seja um fã ingênuo achando que é a música ou "a genialidade" deles... er... De fato, "chegar lá", ou seja, ficar bem famoso e chegar ao auge -- como eles fizeram em 1999 -- não depende apenas de marketing, mas também de um trabalho muito bem feito. Como toda banda que atinge esse patamar, hoje em dia, anos depois, eles não têm a mesma força. Só que eu diria que eles têm mais destaque no mercado atualmente do que outras bandas famosas mais ou menos de sua geração.

Como mencionado acima, em 2001 os caras entraram em hiato. Desenvolveram projetos paralelos com bandas ou carreiras solo. Eu imagino que -- talvez -- o plano fosse cada um tentar ganhar mais dinheiro individualmente do que em grupo (ou pelo menos o plano do hyde...). Mas parece que isso não deu tão certo. Como já dei a entender, tenho a impressão de que o pessoal do L'Arc é um tanto quanto individualista. Ainda assim, eles não terminam a banda. Em 2003, eles voltaram do hiato porque, suponho eu, chegaram à conclusão de que cada um dos quatro leva mais dinheiro pra si mesmo na banda do que sozinho. hyde pode ser "O hyde", perigote das mulheres, mas o nome "L'Arc~en~Ciel" é bem mais forte.

Só que eu também imagino que em vez disso tudo ser apenas algo que eles tentaram e não deu certo, eles teriam tirado algo de proveitoso disso sem querer. Eu diria que o hiato no qual o grupo entrou agora serve para duas coisas:

1) Dar um tempo pra eles não ficarem de saco cheio da banda e até mesmo um do outro
2) Não saturar a imagem do grupo na mídia, ao mesmo tempo em que eles continuam aparecendo e chamando atenção

E o segundo ponto é o "L" da questão. Todo mundo que acompanha música há algum tempo (não precisa ser muito) sabe que uma das mais conhecidas causas para o insucesso de um artista é a super-exposição na mídia. Só que se você ficar muito tempo longe dela, você acaba, naturalmente, sendo esquecido. Esta regra é ainda mais cruel no Japão, onde o pessoal se apega muito a novidades. No Ocidente, um artista famosão pode ficar sem lançar nada novo durante uns dois anos sem grandes consequencias. Ou seja, dois anos depois da última novidade, ele pode lançar seu novo disco sem grandes prejuízos. No Japão, passar dois anos sem lançar um álbum novo pode trazer um preju considerável até mesmo pra um artista muito bem conhecido, especialmente se ele não é dos mais consagrados ainda. Porém, quando o L'Arc~en~Ciel entra em hiato, seus membros se concentram em suas carreiras solo ou outras bandas e por isso continuam aparecendo bem. Quando o L'Arc resolve voltar, tá todo mundo com saudade e ninguém se esqueceu deles. É claro, vários outros músicos de outros grupos também desenvolvem carreiras solo ou bandas paralelas à banda principal. Só que pelo L'Arc ser bem famoso e por todos os membros fazerem isso com uma boa visibilidade, a coisa provavelmente acaba funcionando melhor pra eles.

De novo, com certeza esta não é a única razão pro L'Arc se manter bem no Japão e na Ásia mesmo depois de mais de 15 anos desde sua formação. Mas achei um ponto interessante a ser observado. Quem sabe não é uma boa dica pra você, futuro músico brasileiro famoso! =D Como será que uma estratégia dessas deve funcionar no Brasil?

Agora, pra não perder o costume, vamos dar uma olhada no último lançamento dos caras...

Resenha ~ lançamento

L'Arc~en~Ciel - NEXUS 4 / SHINE
single, 27/08/2008

"NEXUS 4" é uma musiquinha bonitinha. Simples, sem muito segredo, sem nada demais, só divertida. O samplerzinho de fundo dá um charme. De resto, a banda basicamente faz o que sabe e manda bem. "NEXUS 4" tem uma vantagem que "SHINE" não tem, não é uma música que soa como várias outras que o L'Arc já lançou ao longo dos anos. O segundo lado-a do single -- já há algum tempo tema de um comercial dum carro da Subaru* -- parece seguir uma fórmula meio estilo "DIVE TO BLUE". É bem feita, mas se você ouvir dois segundos da música, mesmo sem o hyde cantando, já mata qual é a banda. Não é o single mais impressionante que alguém poderia lançar. Mas cê sabe como é né... os caras tão entrando em mais um hiato e, apesar das carreiras solo e tal, a mina de ouro é a banda.

3,5 [Contas luxuosas não se pagam sozinhas!]

* = Nada a ver, o tema do comercial é "MY HEART DRAWS A DREAM". Foi mal o furo e obrigado à Nana pela dica!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008


Oi!


Tudo bom? Eu sou o iori. Antigamente, eu tinha uma coluna chamada "Rock Shock" em um site. Esta coluna acabou e agora eu comecei este blog, "Rock Shock by iori". É quase como quando uma banda deixa um selo major pra ir prum selo independente, ou melhor, um selo próprio.

Aqui, só há as regras do Blogger. De resto, fica tudo a meu critério. Então, além de resenhas de discos e comentários sobre os mais recentes acontecimentos do mundo do j-rock (e, eventualmente, outros seguimentos da j-music), eu pretendo também postar conteúdo relacionado (direta ou indiretamente) ou não com música, tais como uma opinião sobre um filme ou alguma coisa engraçada. Mas só pra descontrair. Pode ter certeza, aqui vai predominar a música.

Ah! Por favor, não deixem de ouvir meu programa de rádio! Eu falo umas bobeiras, mas também toco uma pá de som bom! "Rock Shock Waves" rola toda quarta-feira, às 21h, na www.radioblast.com.br.

Obrigado e volte sempre! =)