terça-feira, 30 de setembro de 2008


Retrospectiva DIR EN GREY: parte 1 ~ GAUZE


O álbum novo do DIR EN GREY, "UROBOROS", está chegando aí. Então, resolvi falar um pouco sobre os álbuns anteriores a título de retrospectiva. É aquele velho papo de professor: pra entender o presente, temos que entender o passado. Álbum a álbum, vamos dar uma olhada na tragetória do quinteto de Kansai. Se fôssemos falar do BUCK-TICK, isso seria loooooooooooooongo, mas como é o DIR e estamos em 2008, vai ser de boa!

GAUZE
1999
cor
drama
aprox. 65 min.

Alguns consideram "GAUZE" a obra-prima da banda. Eu não gosto tanto dele, porque o conheci junto com os dois álbuns seguintes, que acho bem mais artisticamente pertinentes. Mas isso é assunto para adiante...

Quando o DIR EN GREY começou em 1997, musicalmente eles eram praticamente mais uma banda pós-Kuroyume (durante seu primeiro mês de vida, o DIR se chamava DEATH MASK, em alusão a uma música do Kuroyume). Quem os visse na época poderia pensar que eles eram só mais uma bandeca visual à toa. Só que, em 1998, eles venderam o segundo single, "-I'll-", tremendamente bem para uma bandeca, conseguindo aparecer em 7º lugar no ranking semanal da Oricon. Um feito raro até mesmo para os padrões atuais. O resultado foi um contrato major com a EAST WEST JAPAN, do grupo Warner. Curiosamente, cinco singles depois, eles lançaram o álbum "GAUZE" pelo selo independente FREE-WILL, onde permanecem como banda major (leia-se: "galinha dos ovos de ouro") até hoje.

DIR EN GREY, na época que se escrevia "Dir en grey"

O maior sucesso comercial do grupo foi co-produzido por YOSHIKI. Ao que parece, pelos créditos do encarte do disco, o cinco singles (metade do álbum) passaram pelas mãos do produtor, empreendedor e ditador YOSHIKI. A orquestrinha no arranjo de "Cage" não deixa dúvidas disto.

Aliás, "Cage" e outro single, "YOKAN", são duas das faixas mais prestigiadas de "GAUZE". Injustamente, eu diria. O álbum tem trabalhos mais impressivos. "raison dentre" e seu título escrito num francês semi-analfabeto dá um ar novo à musicalidade visual kei com seu toque eletrônico, a despeito do início de carreira do DIE IN CRIES. "mazohyst of decadence", embora não seja a coisa mais criativa do mundo (vide adiante), procura trabalhar com uma estrutura mais intensa, algo não muito comum no movimento. Assim como a dramática "304 GOUSHITSU, HAKUSHI NO SAKURA", "Schwein NO ISU" tem uma melodia cativante, só que trabalha com a agressividade (e de uma maneira muito bem dosada).

Shinya disse em uma entrevista que a gaze ("gauze", em inglês) era algo bonito que cobria algo feio (uma ferida). Anos mais tarde, a simbologia do nome do álbum nunca pareceu tão clara.

O mais interessante de "GAUZE" é que ele é um grande resumo do que aconteceu no visual kei até 1999. Em sua variedade, o disco não chega a mostrar tudo, mas apresenta boa parte do que havia sido desenvolvido musical e até visualmente no movimento até então. Bom... no fundo, acho que o DIR EN GREY era mais uma mistura de Kuroyume e LUNA SEA, com um maior apelo visual (o que viria a mudar). Observe o infográfico comparativo abaixo:

Clique para ampliar =)

Só que eu diria que logo em "MACABRE" (2000) eles já conseguiram desenvolver sonoridades mais originais (mais sobre isso na próxima parte do especial).

Falando em apelo visual, o do DIR era especial. Não façam piadinhas sexuais, mas todos os integrantes eram bonitos. E nessa época específica, era como se cada um tinha uma cor de cabelo determinada que o identificasse. Die: vermelho; Kaoru: rosa/roxo; Toshiya: azul; Shinya: castanho... Kyo estava com o dele tingido de vermelho/vinho, mas logo consagrou-se com o loiro intenso. As indumentárias ainda contavam com algo a mais... ou melhor, a menos. Um pouco menos de tecido. Mostravam um pouco mais o corpo dos integrantes em comparação com as roupas normalmente usadas por bandas visuais noventistas:

Não dá pra ver, mas Shinya está de saia e Kaoru ainda tinha a "opção" sem a blusa transparente por cima, revelando um tipo de "tomara que caia".

É um visual muito bem feito, na verdade. E na época tinha um impacto forte, ainda, creio. No Ocidente, certamente tinha.

Não obstante, DIR EN GREY investia ainda mais no visual via outro meio: o videoclipe. Todas as faixas de "GAUZE" ganharam um clipe num VHS/DVD. É certo que a maioria desses clipes seguiam o padrão visual kei: pouca criatividade, sendo o grande chamariz o próprio visual da banda. Mas chamar creio que a atenção para seu visual tenha sido justamente o propósito da coisa.

Apesar de tudo isso, o DIR EN GREY tomou rumos diferentes. Em vez do sucesso certo de músicas manjadas e aparência multicoloridamente (?!?!) apelativa, a banda, aos poucos, louvadamente seguiu caminhos mais ousado. É o que veremos em breve, nas resenhas dos álbuns seguintes.

GAUZE*

01. GAUZE -mode of adam-
02. Schwein NO ISU
03. YURAMEKI
04. raison dentre
05. 304 GOUSHITSU, HAKUSHI NO SAKURA
06. Cage
07. TSUMI TO BATSU
08. mazohyst of decadence
09. YOKAN
10. MASK
11. ZAN
12. AKURO NO OKA
13. GAUZE -mode of eve-

* = Romanizações/grafias de acordo com as fornecidas no site oficial em 2007 (atualmente não se encontra), a despeito do que pode ser encontrado no link fornecido.

Nota: 3,5/5,0

COMPRE!

PS: Pra quem mexe com música... Acabo de achar uma tradução para o inglês de um artigo do livro de partituras do "GAUZE". Você sabia que Kaoru alugou duas Les Pauls e uma Jaguar para gravar algumas músicas como "Schwein NO ISU"?

7 comentários:

Anônimo disse...

Aew yori, excelente revisão, mas tenho uma dúvida: em "DIR EN GREY, na época que se escrevia "Dir en grey" vc colocou uma imagem do Malice Mizer, era pra ser isso mesmo??? hehe

Daisuke .S. disse...

aquela tabela de comparações, faltou dizer que Mazohyst também copia "Kirameki no naka de" do BUCK-TICK, mabdas tem o mesmo "creck reck" hehe E a introdução de "Schwein No Isu" é copiada de Search for Reason, do LUNA SEA. Mas, bem... 8)

Ark DG disse...

HAUHAUHAUHAuHAUhUAH!! XD

mas é mesmo um piadista! 8D

iori disse...

Drope X, sim! E a piadinha, vale quanto? =)

Daisuke, brigado pela colaboração, bicho! =D

Arkdg, valeu!

Lara disse...

Cara, eu gosto muito do Gauze, na verdade é meu 2º álbum favorito deles. Acho que justamente pela sonoridade noventista que me atrai bastante. Uma coisa que preciso lembrar de fazer é comparar as músicas para pegar as semelhanças que vocês citam... meu ouvido não é tão bom assim. :P
Parabéns pelo blog, mais uma vez.

Ah, e adorei as ilustrações, ahsuhausa.

iori disse...

Muito grato! =)

Anônimo disse...

hm... eu prefiro o GAUZE a MACABRE, No gauze eu ouvia praticamente todas faixas, no MACABRE tem muita variação, entao acabo pulando algumas.
Heh, e eu tinha um poster do Deg com esse visual, veio com uma revista de partituras. Deixei colado na parede e acabou rasgando com o tempo :(
Falando dessa epoca, lembrei de quando o Toshiya passou na frente do Tamori-san no music station! Acho que no programa seguinte que eles apareceram alguém até mandou um pedido de desculpas. Bando de moleques sem educaçao hahaha