quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Novo endereço!
Rapeize, é o seguinte! Rock Shock by iori está de URL novo:
www.radioblast.com.br/rockshockbyiori
Agora andando lado-a-lado com a Rádio Blast! Acessem lá e comentem! Valeu! =D
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segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Maratona iori na Rádio Blast!
Ae rapeize!
Próxima quarta, 29, os dois DJs que locutam antes de mim, Sachi e Kalka, vão faltar. Aí, vou quebrar o galho deles. Resultado: 3h de iori!
Sei que é duro aguentar, mas vou fazer meu melhor, colocar um monte de música legal, tentar dar uma boa variada nos estilos e não falar tanta bobeira... Prometo, ok???
Nesta quarta, 19h! E às 21h, como prometido, especial B'z!
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Jrock Revolution sabe o que faz?
Em julho, o site Jrock Revolution divulgou o seguinte:
"Ganhe uma cópia da revista grátis da Cure!Eu preenchi, na época, e até hoje não recebi minha cópia. Ontem, recebi o seguinte e-mail do Jrock revolution:
A revista Cure cedeu ao JRR.com alguns exemplares de sua revista grátis para serem distribuídas por nossa comunidade. Preencha este formulário se você quiser ganhar uma cópia!
Enviaremo-nas econômica e lentamente, pois estamos bancando nós mesmos o envio, mas você deve receber sua cópia em poucas semanas, não importando em que lugar do mundo você esteja!" [link]
"Olá a todos!O que respondi por e-mail:
Sei que faz tempo desde que começaram as inscrições para as revistas e aprecio que vocês tenham sido tão pacientes. Eu tenho algumas notícias concretas, finalmente:
(...) Vocês VÃO receber suas revistas. Temos tentado achar modos criativos para pagar o envio e concebemos uma promoção JRR.com x Cure -- compre um CD, DVD ou camiseta por metade do preço e leve grátis a revista e o envio. Se você quiser mais uma revista, adicione um dólar. Você também pode optar por doar um ou dois dólares para o envio das revistas de outras pessoas. (...)
A promoção ocorrerá entre os dias 1 e 15 de novembro. Depois disso, enviaremos outro e-mail para todos que ainda estarão esperando as revistas e informálos sobre o estatus. Provavelmente teremos que pedir que aqueles que puderem doem um dólar para ajudar a pagar o envio de sua revista, ou dois dólares, se você quiser duas revistas. Eu estou pagando pelo envio de 100 revistas e, se tudo correr bem, o negócio será um sucesso e poderemos manter as revistas grátis para quase todos. (...)
Emory
Jrock Revolution.com
Coodenadora do Site"
(...) Quando me inscrevi para essa promoção da revista Cure, o texto no site Jrock Revolution não dizia nada sobre ter que comprar qualquer coisa para receber a revista. Agora, vocês me dizem que tenho que comprar um CD, DVD ou qualquer coisa para receber a revista. Não sei nos Estados Unidos, mas fazer isso no Brasil é um crime.A menina então me respondeu hoje explicando que não tenho que comprar nem doar nada e tentando justificar a cagada, que é bem patética.
De qualquer modo, mesmo que vocês digam que eu não preciso comprar alguma coisa para receber a revista, vocês estão pedindo para que as pessoas "lhes dêem dinheiro para que vocês possam pagar os envios". O simples fato de que vocês começaram uma promoção que envolve produtos grátis para o público sem sequer imaginarem como poderiam pagar por isso e concluí-la é triste. Acredito que isso afete a credibilidade da equipe do Jrock Revolution e todos os envolvidos. (...)
Que tipo de gente o YOSHIKI (ou alguém que ele nomeou direta ou indiretamente como responsável) deixou cuidando do site do Jrock Revolution? Fãs adolescentes? Fora que "Jrock Revolution" não era originalmente um site de notícias, matérias, informações de j-rock no geral, mas sim um festival de bandas visuais japonesas. Ocorreu uma só fez e prometeram mais. Só que todo mundo já sabe que YOSHIKI tem o costume de não terminar o que começa e não cumprir coisas que promete, a não ser que seja algum negócio que dê lucro mais rápido, como fazer músicas pra filmes holywoodianos ou tornar-se sócio de uma empresa de bebidas.
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quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Aviso aos audioespectadores!
Três coisas!
1) O programa BEM FE!TO, apresentado pela DJ Sachi na Rádio Blast!, vai ser um especial com repertório escolhido por mim neste domigo, às 17h. O tema é "15 sons originais do j-rock". Não perdam!
2) Vai rolar especial "B'z 20 anos" no próximo Rock Shock Waves, quarta-feira, 21h! Não perdam também!
3) Já está disponível para download o último Rock Shock Waves, com o especial anos 80! Baixe já!
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terça-feira, 21 de outubro de 2008
Retrospectiva DIR EN GREY: parte 4 ~ VULGAR
Mais de um ano se passou desde o último álbum, "KISOU". Mas, no meio do caminho, ainda em 2002, foi lançado um mini álbum chamado "six Ugly". Nele, DIR EN GREY demonstrou forte influência do nu metal estadunidense, adaptando-o com doses concentradas de loucura herdada do visual kei, o que resultou em alguns momentos imprevisíveis dentro do contexto de simplicidade do disco. Pois é, mesmo assim, o DIR parecia outra banda. Kaoru chegou a comentar em uma entrevista para a FOOL'S MATE (edição 271, maio de 2004) que pensou até em lançar o mini com outro nome de banda, como num projeto paralelo. Mas o grupo acabou por tomar essa direção. Será? Sim, não, mais ou menos? Foi o que pôde ser conferido quando "VULGAR" saiu em setembro de 2003.
2003
cor
ação
aprox. 57 min.
Quando assisti a um documentário da TV Asahi sobre o DIR EN GREY em meados do primeiro semestre de 2003, fiquei empolgado. Cenas de estúdio com rápidas prévias do próximo álbum, que eu tanto aguardara! É de atiçar qualquer fã. Uma coisa eu já tinha sacado pelo programa: ia ser um rockão agitado, pé na porta e soco na cara! E foi!
E mais uma vez teve gente que torceu o nariz. Já havia se tornado um fenômeno natural diante de qualquer lançamento da banda: fãs desgostando e dando menos atenção ao grupo, parando de comprar, etc (repito, fenômeno indicado pelas apurações da Oricon). Desta vez, depois do último mini álbum e dos últimos singles, a reclamação era de que o DIR havia, afinal, se ocidentalizado além da conta. O som havia virado um nu metal, os integrantes haviam abandonado o visual kei... Bom, eu diria 'mais ou menos' para ambas as questões.
Na mesma entrevista para a FOOL'S supracitada, Kaoru revelou que o conceito de "VULGAR" era justamente pegar esse som ocidental pesado e colocar uma melodia japonesa nele. Será que eles conseguiram? Vamos conferir...
O álbum abre com "audience KILLER LOOP", um exemplo muito bom de sua proposta. Começando com um grito e um riff pesado, a faixa tem um tempo médio e intercala momentos agressivos, porém melodiosos, com momentos calmos, tudo num clima obscuro, misterioso, dramático.
O ouvinte então depara-se com duas músicas pesadas e agitadas, sempre com estruturas e riffs simples. "THE IIID EMPIRE" é sim bem nu metal, provavelmente a música mais simples que o DIR ja fez na carreira. O vocal é basicamente gutural. Destaque para o back vocal bem distorcido. Já "INCREASE BLUE" é mais fácil de talvez ser associada a "KISOU", dada a natureza menos comum de sua melodia e os sentimentos insanos trabalhados nela (destaque aqui para o 'solo de voz distorcida' no meio da faixa).
"SHOKUBENI" me lembra Korn. O ritmo, o tempo, os riffs, os efeitos de guitarra, o baixo de cinco cordas... ela no geral. Exceto pela ponte no meio, só com voz, sintetizador e alguns efeitos pra temperar. Uma obscuridade que deu um clima diferente interessante no meio da canção.
"SAJOU NO UTA" surpreende quem pensou que o disco ficaria só em volta destes padrões. É uma música que não tem nada a ver com nu metal. Agitada e leve, as guitarras pouco distorcidas entoam uma harmonia extremamente simples, enquanto o baixo dança na escala. A maior parte da canção usa apenas dois acordes: Am e Am5# (lá menor e lá menor com quinta aumentada -- ou seja, apenas uma nota de diferença entre as três de cada acorde). E Kyo vocaliza uma melodia emotiva com certo drama. A faixa rápida e simples muda um pouco de figura numa ponte no meio do caminho. Surgem novos acordes, a melodia fica mais dramática e um solo bem simples, mas de timbre sugiziano (o que é bem-vindo!), é executado belamente por Kaoru.
A próxima música foi umas das que mais marcou a época entre os fãs. "RED... [em]" retoma o ritmo e a pegada nu metal, mas sua melodia a leva para outro clima. Talvez este tenha justamente sido o motivo dela chamar mais atenção. E o solo de guitarra está entre os de destaque de Die.
"ASUNAKI KOUFUKU, KOENAKI ASU" (consegui lembrar o nome de cabeça!) explora um dos clichês do visual kei: a música agitada estilinho jazz... e na proposta nu metaleira do disco. Na época, foi interessante ouvir o DIR mexendo com isso. Hoje, eu acho que o modelo está bem desgastado. Exemplos de grupos visuais famosos que ajudaram a chegarmos nessa situação são MUCC, SID e, lógico, o maior exemplo de todos, Merry.
"MARMALADE CHAINSAW", da turma de músicas de nomes esquisitos do DIR, assemelha-se um pouco a "RED... [em]" no que diz respeito a ser mas não ser... Seu arranjo lembra o nu metal, mas a melodia faz o clima geral apontar para outra direção. Até chegar no refrão, que é realmente outra história, distanciado-se do estilo ocidentalizado. Mais uma faixa de destaque. Ah! Esqueci de um detalhe nas outras partes do especial, mas esta é uma das músicas que usa o tradicional grito "psy" da cena visual (presumo, imortalizado principalmente pelo próprio DIR). As outras que também o usam são "PINK KILLER" (do "KISOU") e "ZAN" (do "GAUZE").
O lento single "KASUMI" não pede muita explicação. É algo bem dentro da descrição geral do estilo de "VULGAR".
Já "Я TO THE CORE" é uma pegadinha do Mallandro, haaaaaah! A introdução instrumental à la thrash metal esconde um som puramente punk de menos de dois minutos. E sim, o "R" é ao contrário.
"DRAIN AWAY", outro single, é talvez a faixa que mais remeta a alguma coisa antiga da banda. Metade do refrão possui um arranjo mais visual do que o resto da faixa, mais nu metaleiro, alternando entre partes pesadas e versos calmos.
"NEW AGE CULTURE" é curiosa. É pesada como outras músicas do disco, mas o próprio estilo de riff não me soa tanto como nu metal. Os vocais apresentam grunhidos que lembram as lições que Kyo aprendeu com Kiyoharu. Novamente temos um back vocal bem distorcido que chama atenção.
A faixa seguinte é talvez o maior clássico do álbum (será que mais por uma versão polêmica das três do clipe -- fora o PV com imagens ao vivo -- do que pela música em si?). "OBSCURE" novamente lembra Korn pelos seus riffs, efeitos e ritmo, mas desta vez com mais originalidade, mais marcante. Uma ponte que quase lembra thrash/death metal leva a um refrão que vai diretamente ao encontro da idéia do álbum de 'melodizar' esses tipos de som. É realmente uma canção de destaque por si só e por sintetizar bem o conceito de "VULGAR".
"CHILD PREY" pode parecer diferente por ser mais animada do que as outras e em alguns momentos pode lembrar alguns de Slipknot. Mas na verdade temos aqui simplesmente... BALZAC, uma banda japonesa que copia e é amiga dos ocidentais do The Misfits e define seu estilo como "horror punk" ou "zombiecore" (dá pra ter uma idéia?). Ouça qualquer -- QUALQUER -- álbum do BALZAC e eu garanto que você facilmente vai achar alguma(s) música(s) com elementos muito parecidos com alguns de "CHILD PREY". Os coros de "woooooo" principalmente.
Por fim, "AMBER" encerra. É a 'balada' do disco, se é que todo precisa ter uma. Ela é faixa mais calma do álbum, bem melódica, usa pouca distorção e é temperada com alguns efeitos eletrônicos aqui e acolá. Chega a ser bonita. Um belo jeito para terminar "VULGAR".
Sim, DIR EN GREY abraçou o nu metal, mas não é só isso que temos aqui. Outros elementos são evidentemente explorados. E mesmo assim, eu diria que é o nu metal de maior qualidade já feito. Não é excessivamente barulhento, o peso está na medida certa. Tem músicas bem boladas, cativantes, com melodias boas, marcantes.
É certo que a qualidade técnica já não era mais a mesma, devido, até mesmo, ao próprio estilo adotado. Eu diria que, tecnicamente, o DIR estava parecendo a atual bolsa de valores: cheio de altos e baixos consideravelmente oscilantes. Os riffs, fraseados, harmonias e ritmos dos instrumentos de cordas ficaram mais simples. Porém, Shinya procurou explorar novos truques, usou de variações ritmicas maiores do que no álbum anterior e Kyo foi o destaque dos cinco no quesito técnico. Sim, isso mesmo. O baixinho enfesado alcançou seu auge vocal entre 2003 e 2004. As melodias tornaram-se mais difíceis de serem cantadas, os erros tornaram-se menos frequentes e os recursos vocais foram levemente ampliados. Ao canto, grunhidos e gritos pós-Kiyoharu e eventuais sons estranhos, Kyo demonstrou um belo domínio do gutural e do drive (que não é gutural nem grito, é algo mais técnico, como, por exemplo, o que HIZUMI, do D'espairsRay, faz com excelência no refrão de "Marry and blood"). E estas qualidades não apareceram somente em estúdio, sendo mantidas ao vivo.
Não manjo muito de letras, mas nessa época o DIR assumiu o tal conceito de 'dor e sofrimento'. Kyo até chegou a ser creditado como 'profeta' no encarte de "VULGAR". Eu diria que nada disso merece muita atenção.
A arte do disco é simples e eficaz, com muito preto e idéias interessantes para algumas fotos, principalmente a de Die enfiando a mão no peito esburacado de um cara idêntico a ele... (?!)
Uma das promoções do disco foi inédita para a banda. Rolou um concurso de sites sobre o "VULGAR". Até ficou disponível no site oficial do DIR um kit com imagens pra serem usadas. Lembro que nos primeiros lugares ficaram uns realmente bem feitos... Só não lembro do prêmio, mas teve um sim! =p
Os clipes foram meio a meio. O do primeiro single, "Child prey", que saiu ainda em 2002 junto com "six Ugly", é meu preferido da banda. É bem divertido e eu diria que faz uma metáfora de como, mesmo influenciados pelos estadunidenses (no vídeo, seriam os ratinhos que fazem com suas naves um buraco no formato do símolo do Mickey Mouse numa parede), o DIR EN GREY consegue superá-los e fazer algo melhor.
Não vejo graça nos vídeos de "DRAIN AWAY" e "KASUMI", mas "OBSCURE" não deu pano pra manga à toa. As primeiras versões divulgadas eram uma com censura -- onde muitas partes eram quase completamente tapadas por uma escuridão que revelava apenas uma pequena parte quadricular da cena no meio da tela -- e uma sem censura, mostrando a banda tocando em um lugar estranho com corpos pendurados, Kyo vomitando líquidos diversos, uma orgia demoníaca, palhaço, anão, cuspidor de fogo, tudo caminhando para o macabro. OK. Só queeee... mais tarde caiu na rede uma versão do clipe com outra edição. Mostrava também uma mulher que sofreu uma estranha cirurgia, detalhes mais sangrentos da orgia, Kyo com boca de monstro, Shinya com vários braços, Kaoru enfiando uma espada na própria cabeça, Die arrancando o próprio coração e Toshiya 'draculista' transformando-se em um bando de morcegos. Ah, e uma gueixa comendo uma cabeça de bebê colhida num pé de cabeça de bebês. É um vídeo bem apelativo e com vários efeitos especiais de qualidade altamente questionável (mas a cena do Toshiya virando morcegos é muito foda!). Porém, foi um PV divertido pra mim e pra algumas pessoas na época! A versão censurada saiu num DVD bônus do álbum (distribuído pela Sony Entertainment). As versões light e com cenas ao vivo passaram na televisão. E a versão sem censura e mais apelativa só saiu no DVD de clipes "AVERAGE PSYCHO" (distribuído pela FREE-WILL, gravadora dos caras -- creio que a Sony não aceitaria isso nem fodendo).
O visual do grupo estava bem OBSCURO, seguindo o padrão de todo o trabalho, só que mais sóbrio. Todavia, não se podia dizer que a banda havia abandonado o visual kei. É bem evidente que eles ainda tinham um cuidado com a aparência bem maior do que o cuidado que as bandas não visuais têm. Se até Gackt e Waive são visual kei, imagine o DIR nessa época. Por que não seria? Além disso, visual kei não tem necessariamente só a ver com o visual, mas também com todo um contexto.
Tudo foi muito bem até agora, eu diria. Mas o bicho começa a pegar mesmo ao vivo. Quem achou que o DIR EN GREY havia virado outra banda em 2002, ainda não havia visto nada. No DVD de 2004 "TOUR04 THE CODE OF VULGAR[ism]", vemos um DIR bem energético, emotivo, interagindo com o público, etc. Mas nos bônus do próprio DVD, vemos cenas documentadas ao longo da turnê que mostram outra coisa. Com excessão de Kyo e Shinya, os outros instrumentistas ficam muito parados, tocando olhando demais pra baixo, sem ânimo... ao menos em comparação com o que eles faziam. Parece que estão fazendo algo porque precisam ou são obrigados, não porque realmente gostam. Coincidência ou não, depois de "VULGAR" foram extinguidas fotos e vídeos que mostravam a banda sorrindo e se divertindo nos bastidores de shows e outras circunstâncias (clássico de 1999, por exemplo). Outro detalhe chamativo é que nessa época as músicas antigas passaram a ser muito esquecidas pela própria banda.
Kyo teve melhoras e pioras. Suas melhorias vocais previamente aqui descritas se mantiveram ao vivo. Infelizmente, ele deu novos passos no caminho da auto-mutilação. Seu novo truque era esmurrar a própria cara até cuspir sangue. Na verdade, estou pouco me lixando pra saúde mental ou mesmo física do cara, contanto que isso não interfira em seu trabalho musical. Todavia, isso acabou por configurar em um problema pouco tempo depois dessa época de 2003/2004.
Em resumo, DIR EN GREY fez um som que, sob certa ótica, seria inferior ao que eles já haviam feito. Mas certamente eles fizeram em "VULGAR" algo bem feito dentro de sua proposta e também, muito importante, algo diferente. Os fãs que já os acompanhavam há algum tempo já queriam isso mesmo: mudança. Infelizmente, os shows, aparentemente, já não tinham a mesma força.
Mas e aí? O DIR havia definitivamente se ocidentalizado? Este era um processo em andamento. E, embora com certeza não fosse ainda o caso, o quinteto rumava para o caminho da perda total da identidade. O mais triste foi que, talvez não ainda nessa época (eu sei que ainda não explicitamente, ao menos), mas sem dúvidas pouco tempo depois, o DIR desenvolveu uma mentalidade/atitude de aversão, repúdio e negação à música japonesa. Detalhes serão discutidos na sexta e última parte deste especial, mas, por enquanto, observem o que está escrito atualmente no site oficial da banda sobre "VULGAR", na parte da biografia do grupo:
"Setembro: lança o quarto álbum, 'VULGAR'. Sua originalidade e estilo ficam estabelecidos. (...) Comparado ao rock da América (eles querem dizer 'Estados Unidos da América', dãr) DIR EN GREY tinha agora a mesma qualidade e nada menos."O texto serve de adubo, pois é uma grande merda. Aliás, é parcialmente aproveitável, pois possui verdades e inverdades.
Verdades: O estilo começou a se estabelecer em algo que se estenderia pelo menos por mais dois álbuns e sim, trata-se, de fato, do quarto álbum do grupo.
Inverdades: Nenhuma pessoa sã declararia "VULGAR" ou qualquer coisa que veio depois, por ora, o trabalho mais original do DIR EN GREY; O nível técnico das músicas diminui, assemelhando-se ao de músicas do nu metal -- assim, sob certa ótica, a qualidade do DIR ficou igual à das bandas da 'América' e nada menos, nem muito mais.
No final das contas, a época do "VULGAR" foi parcialmente legal. Mais uma vez num jeito bolsista de ser, o buraco era bem mais embaixo.
VULGAR
01. auciende KILLER LOOP
02. THE IIID EMPIRE
03. INCREASE BLUE
04. SHOKUBENI
05. SAJOU NO UTA
06. RED... [em]
07. ASUNAKI KOUFUKU, KOENAKI ASU
08. MAMALADE CHAINSAW
09. KASUMI
10. Я TO THE CORE
11. DRAIN AWAY
12. NEW AGE CULTURE
13. OBSCURE
14. CHILD PREY
15. AMBER
Nota: 4,0/5,0 ~ Mas não abusa não, hein!
[Ouça]
~
Não perca a penúltima e emocionante parte do especial, a quinta, sobre "Withering to death."!
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segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Guitarristas fodas
É, eu deveri criar vergonha na cara e terminar o que começo (especial DIR EN GREY), cumprir o que prometo (especial top 10 álbuns de rock da Oricon de todos os tempos), mas resolvi blogar sobre guitarristas que admiro. Adiante...
Nome: Tomoyasu Hotei
Tempo de profissão: cerca de 30 anos
Artista solo
Ex-bandas: BLUE FILM, BOØWY, COMPLEX
Fatos fodas:
* Puta compositor
* Toca bem pra caramba
* Puta presença de palco, transborda confiança
* Compôs "Battle Without Honor or Humanity", tema dos filmes "Kill Boll Vol. 1" e "Transformers", do seriado "My Name is Earl", do programa esportivo da ESPN estadunidense "Colin Cowhed", entre outros
* Foi expulso do colégio
* Atua
* É admirado por SUGIZO
* Lançou 15 álbuns solo em 19 anos
* Aparece tanto com trabalho solo quanto com disco do BOØWY na lista da Oricon dos álbuns mais vendidos da história do Japão
Além de tudo, o clipe é bacana!
Nome: SUGIZO
Tempo de profissão: cerca de 20 anos
Artista solo
Banda: S.K.I.N. (SE eles ainda fizerem alguma coisa)
Ex-bandas: PINNOCHIO, LUNA SEA, The FLARE, SUGIZO & THE SPANK YOUR JUICE, SHAG, S.T.K.
Fatos fodas:
* É o maior guitarrista posista
* Além de tocar muito bem, suas linhas passam um sentimento e atmosfera inconfundíveis
* Usa um timbre único (o que é parecido é porque o copia)
* Tocou com o X JAPAN em três shows em março/08 e novamente em maio/08 no festival "hide memorial day"
* Toca também violino
LUNA SEA - ROSIER
Nome: HIRO
Tempo de profissão: cerca de 15 anos
Banda: Libraian
Ex-bandas: STRIPPE-D LADY, La'cryma Christi
Fatos fodas:
* Toca muito bem
* Puta arranjador, inventa linhas criativas e complexas
* Aparece em um DVD de guitarristas lançado pela FOOL'S MATE há alguns anos, com demonstrações e análises técnicas das canções dos músicos, estilo vídeo-aula
La'cryma Christi - GROOVE WEAPON
Nome: HISASHI
Tempo de profissão: cerca de 20 anos
Banda: GLAY
Ex-bandas: Ari, Rally
Fatos fodas:
* Toca bastante bem
* Faz arranjos muito bem bolados
* Funciona como ninguém numa dobradinha HISASHI/TAKURO
* Muito carismático
* Toca (e muito) sem usar o dedinho da mão esquerda
GLAY - BELOVED
Só coisa boa e altamente recomendável =)
DIR EN GREY: rádio gringa toca som inédito da banda
"RED SOIL", do novo álbum do DIR EN GREY, "UROBOROS", a ser lançado no mês que vem, já foi transmitida por uma rádio estadunidense:
http://www.4shared.com/
file/67624166/cf32fad2
/Red_Soil__Radio_rip_.html
A música tem bastante a ver com o que foi divulgado sobre o disco: mistura de diferentes eras da banda, sons estranhos e tal. O peso não tão metaleiro assim chega a lembrar o álbum "KISOU" (embora a música siga, no geral, um estilo bem diferente do encontrado neste), também remetendo um pouco a trabalhos mais recentes do quinteto, e o clima sombrio pode fazer os de imaginação fértil lembrarem de "MACABRE". Mas, infelizmente, a faixa não impressiona, especialmente pelo refrão xoxo, com vozes distorcidas e muito baixas, com pouca melodia, sobre um riff à la metal muito simples.
O programa que transmitiu a música é, segundo descrição no Orkut, sobre metal. Talvez tenham transmitido-a porque é a música inédita mais pesada do álbum? Assim espero, será interessante se o DIR fizer bem menos barulho dessa vez.
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domingo, 19 de outubro de 2008
Resenha/lançamento: NoGoD - Midori no Kaze
Ufa! Depois de muito tempo vou resenhar o single que um leitor me pediu aqui mesmo no blog. Isso aqui tá meio parado ultimamente mesmo, né?
Shinkou Shuukyou Gakudan NoGoD - Midori no Kaze
Single, 08/10
A primeira coisa que reparei quando "Seshuuka", a faixa 1, começou, foi que os timbres de bateria são estranhos. Parece que o cara tá usando um tappleware como caixa. Aproveitando, a mixagem/produção no geral não é lá muito top de linha. Mas tudo bem, é uma banda independente. E a voz do vocal poderia ser melhorzinha, mais ajeitada... Mas o disco não é de se jogar fora.
Quem me pediu esta resenha alegou querer saber a opinião de alguém 'das antigas' (ou seja, alguém que já acompanha, do Brasil, a cena j-rock há uns bons anos, como eu) sobre o single. Eu entendi seu desejo quando ouvi "Seshuuka". Começa com um riff à la metal, a cara dessa banda cujo guitarrista solo usa uma guitarra de sete cordas e leva jeito pra virtuoso. É pesado e tal, mas não de um jeito agressivo, aqui. Só que o refrão de fato remete a um visual kei mais noventista. A malodia, o ritmo e a guitarrinha limpa (que poderia ter sido melhor mixada) junto com a outra distorcida entregam o jogo.
"Dou" soa demasiadamente hardcorística. A essa altura do campeonato, me lembra demais do lado que eu não gosto do alice nine. E vão me desculpar, mas "Tsubasa", amena e moderadamente agitada, também me lembra um pouco alice nine. A música, o arranjo, o jeito do cara cantar... Talvez, na verdade, tenha mais a ver com essas bandas visuais atuais modernosas no geral.
"Seshuuka" é até interessante, mas sua melhor música ser só 'interessante' não é o suficiente hoje em dia, onde qualquer um forma uma banda. O mercado está saturado de razoáveis e mais ou menos. Acho que pra um trabalho musical valer a pena hoje em dia, tem que ser especial. Já ouvi alguma coisa do Shinkou Shuukyou Gakudan NoGoD além deste single, e infelizmente não senti que eles são especiais.
Nota: 2,5/5,0 ~ Por que eles têm que usar um visual tão ridículo? E por que esse nome enorme? Todo mundo chama eles de 'NoGoD' mesmo!
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
TM Visualution
Uma reprodução de um trecho de uma conversa por MSN entre Daisuke (o sem nick) e eu, sobre TM Revolution:
diz:~
é Vk
diz:
e eu nem sabia o-o
iori [ novo blog: rockshockbyiori.blogspot.com ] [ Rock Shock Waves, toda quarta, 21h, em radioblast.com.br ] diz:
Eu diria que não, é pop
diz:
mas é Vk lol
diz:
Gackt tb é pop, e é Vk
iori [ novo blog: rockshockbyiori.blogspot.com ] [ Rock Shock Waves, toda quarta, 21h, em radioblast.com.br ] diz:
Por que ele e´ considerado visual? Só porque se veste homossexualmente?
diz:
pô
iori [ novo blog: rockshockbyiori.blogspot.com ] [ Rock Shock Waves, toda quarta, 21h, em radioblast.com.br ] diz:
Não, Gackt toca muito rock
diz:
Takaroni era da banda Luis~Mary
diz:
Vk tr00 old hahaha
diz:
Kaya é Vk
diz:
=\
iori [ novo blog: rockshockbyiori.blogspot.com ] [ Rock Shock Waves, toda quarta, 21h, em radioblast.com.br ] diz:
Luis~Mary é uma coisa. TM Revolution é outra
diz:
ele continuou na cena
diz:
Vk é uma cena cara
diz:
tem nada de musica não
iori [ novo blog: rockshockbyiori.blogspot.com ] [ Rock Shock Waves, toda quarta, 21h, em radioblast.com.br ] diz:
É uma zona mesmo né
iori [ novo blog: rockshockbyiori.blogspot.com ] [ Rock Shock Waves, toda quarta, 21h, em radioblast.com.br ] diz:
Vk é uma zona
diz:
é
diz:
é uma porra loka
diz:
basta querer entrar que vc ta dentro
diz:
exemplo maximo é Plastic Tree
diz:
toca indie rock, se evste como banda inglesa
diz:
e
diz:
é vk lol
iori [ novo blog: rockshockbyiori.blogspot.com ] [ Rock Shock Waves, toda quarta, 21h, em radioblast.com.br ] diz:
É
iori [ novo blog: rockshockbyiori.blogspot.com ] [ Rock Shock Waves, toda quarta, 21h, em radioblast.com.br ] diz:
Sou visual kei então, pronto, tou dentro
Aproveitando, já está disponível para download a última edição do Rock Shock Waves, transmitida ontem! Locução especial: 'Silvio'!
http://www.radioblast.com.br/arquivob/2008/10/rock-shock-waves-09-15102008
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segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Retrospectiva DIR EN GREY: parte 3 ~ KISOU
"Demos nosso melhor e quisemos fazer algo que fosse 'só nosso'. Quisemos fazer um álbum que fosse divertido de tocar ao vivo."Kaoru em FOOL'S MATE n° 271, 05/2004
Então, enquanto você estava em sua cama, ouvindo "MACABRE" no escuro para reparar nos menores detalhes, você dormiu e sonhou. E quando acordou, estava escutando outra banda.
2002
cor
ficção
aprox. 70 min.
Quase que de repente, um dos maiores expoentes do visual kei no final dos anos 1990 mudou da água pro vinho. "KISOU" saiu em janeiro de 2002 e mostrou um DIR EN GREY que subverteu a si mesmo de um disco pro outro. Em outras palavras, chutou o pau da barraca!
Vamos voltar um pouco no tempo para entender o que aconteceu. Mas nem tanto, afinal, você já leu a segunda parte do especial, sobre o "MACABRE", certo? Muito bem...
Quando o single "FILTH" saiu em setembro de 2001, os fãs ouviram um som que tinha lá suas semelhanças com o estilo de "MYAKU" (2000), primeiro single do álbum "MACABRE". Um riff que soa insano (e bem polifônico, na composição dos três instrumentos de corda, aliás) repetido de maneira hipnótica na medida certa, vocais com efeito que parece fazer a voz soar ao contrário, uma puta loucura, mais do que o que se encontrava no "MACABRE". Dois meses depois, sai o single "JESSICA", uma música bem hardcore, uma letra que fala de Sid Vicious e uma banda com uma imagem totalmente diferente e bem atenuada:
"Mas o DIR já num tinha feito uma música bem hardcore antes? E num foi justo no 'MACABRE', a tal 'Berry'??" Sim, mas ouça "Berry" de novo. Um vocal tipicamente visual, a bateteria "bate-estacas" também típica de visual noventista agressivo... Vendo por esse ângulo, "JESSICA" parece bem diferente. Os lançamentos de 2001 fecharam com o single "embryo" em dezembro, uma balada de arranjo altamente experimental, com violão inconstante, sítara, bastante sintetizador e tal. E um visual mais atenuado ainda. O cenário ficou muito incerto, praticamente uma bolsa de valores. Ninguém sabia o que esperar do próximo álbum. O DIR havia abandonado o visual kei? Independentemente disso, diferentemente da bolsa, a banda felizmente não despencou. Mas mudou pacas...
"KISOU" abre com "KIGAN", misteriosa, tensa, que no refrão é transformada em algo agressivo e barulhento, com grunhidos típicos de Kyo. Mau sinal pra quem gostava do velho DIR visualzão. Quem enxergou assim não viu sinais melhores pela frente.
"ZOMBOID", parecida com a anterior, mas só com a parte do 'barulhento e agressivo'. "24 KO CYLINDERS", 'balada rock' dissonante, dramática. "Bottom of the death valley" com um calmo solo introdutório de baixo que leva a uma faixa também pesada, só que mais melódica do que as duas primeiras. E "FILTH" e "embryo" no meio de tudo isso.
Uma 'pausa' para uma faixa semi-instrumental eletrônica, "'SHINSOU'", uma daquelas loucurazinhas que vira e mexe nego tasca pra fazer volume e/ou parecer alternativão.
Nesse ponto, já deu pra sacar que DIR EN GREY virou outra banda mesmo! Praticamente sem ter mais -NADA- a ver com o que era há um ano. Mas vamos adiante, até o final, pra poder olhar pro quadro todo.
"GYAKUJOU TANNOU KELOID MILK"... Nome esquisito não era mais novidade pros fãs de DIR, mas essa sonoridade, mais uma vez, sim, era novidade (a despeito de que a música foi lado-b de um dos singles, mas eles lançaram muita coisa inédita como lado-b de single naquela época, então deixa quieto =p). Agitada, com alguns efeitos eletrônicos de fundo e em back-vocais de uso muito diferente do que encontra-se em "MACABRE", desta vez mais agressivo, mas com um certo 'groove'.
"The Domestic Fucker Family" segue a linha que até então apareceu mais no disco, o peso, o barulho. Mas saiba -- importante exclarecer isso -- não temos em geral aqui, nesse disco, guitarras super pesadas e distorcidas, nada que se pareça com metal, nu metal (se você não o considera 'metal de verdade') ou qualquer coisa assim. Entraremos nesses detalhes adiante.
O som dá um giro de 180º em "undecided". Ela não é lenta, pelo contrário, mas seu riff é levado por um violão, até que no refrão entram as guitarras, sempre com uma melodia ponderada. No meio, um solo de violão bonito e relaxante.
A faixa seguinte, "MUSHI", é um número que ficaria marcado na memória dos fãs, tanto a versão em estúdio, quanto a versão ao vivo. Uma balada com violões extremamente melancólica e intensa, onde Kyo exibia uma de suas atuações mais emotivas durante os shows. O 'gran finale' da música é um solo tão simples, mas tão épico.
Mais um rumo diferente para o álbum afrente. A mudança é indicada por mais uma faixa chamada "SHINSOU" (pronuncia igual, um dos dois ideogramas diferentes, significado diferente), com um minuto de uma musiquinha que parece tema de manicômio.
"JESSICA" toca e então começa "KARASU", alternando entre momentos calmos, cheios de efeitos, muito tensos e momentos pesados que, agora sim, lembram (talvez, assim, bem de longe) nu metal.
"PINK KILLER", música seguinte, é a mais agressiva e barulhenta do disco. Muito rápida, cheia de gritos e um riff tão embolado que mal se identifica.
"KISOU" fecha com sua última "SHINSOU", um piano tocado com tranquilidade, embalado por uma batida eletrônica. Praticamente música de elevador.
Então, como é essa nova banda? Harmonia, construção de riffs e estrutura musical mais simples. Mais peso, mais agressão. Alta pluraridade sonora mantida. E uma originalidade sem igual. DIR EN GREY deixou registrado em "KISOU" sonoridades sem precedentes (até onde sei). Pra quem se decepcionou, uma banda morreu. Pra quem gostou, palavras como "inovação" e "evolução" tornaram-se clichês em descrições sobre o grupo. Sem dúvidas, o álbum mais autêntico deles.
Pessoalmente, já foi meu preferido. Hoje em dia, prefiro o "MACABRE" porque sinto que ele é mais viajante, mas ainda acho algumas músicas de "KISOU" ótimas. Com excessão das "SHINSOUS", que tão mais pra gracejos, de "PINK KILLER", que é barulho demais, e de "Bottom of the death valley", que não acho muito cativante, eu diria que todas as outras músicas são de boas pra cima.
Sobre o visual... Como podem perceber pela última imagem, por tabela, o DIR EN GREY não abandonou o visual kei na época. Mas, seguindo a linha do disco, fizeram algo muito, muito diferente do comum na cena. Especialmente Kaoru. Vamos dar uma boa olhada nele:
Acho que a melhor descrição disso é "Mano, que porra é essa????". Eu nunca vi alguém conceber uma imagem tão incomum no mundo da música. A roupa já é detalhada e fora do usual, mas o destaque vai todo pro 'chapéu', que já foi chamado de 'lagosta', 'alienígena', etc. OK, ele mesmo já havia feito algo parecido para as fotos e videoclipe de "FILTH". Mas eu diria que esse visual usado na promoção do "KISOU" foi mais marcante. Incomparável.
Ao vivo, a banda continuava agitada e intensa. Só que desta vez, muito mais descontraída. Vários momentos engraçados podem ser vistos em cenas que documentaram a turnê daquele ano: os integrantes trocando de instrumentos, adentrando o palco com rodos e panos de chão, ameaçando jogar Shinya em cima do público, realizando competição de beber cerveja, etc. E o visual ao vivo foi ficando cada vez mais simples. Chegou a um ponto bem casual em meados do ano (pelo menos em comparação ao que eles sempre usavam):
Em 2002 ainda ocorreu a primeira turnê asiática, a maior da carreira deles, com 82 show e direito a confusões com autoridades chinesas por causa da agitação dos fãs.
O que o DIR EN GREY fez nessa época foi tão original que não foi copiado até hoje. Imagino que a única maneira de fazer algo parecido fosse fazendo um plágio mesmo. Tanto que nem o próprio DIR se manteve. A 'era KISOU' se foi tão rápido quanto veio e o DIR EN GREY mudou de novo.
KISOU
01. KIGAN
02. ZOMBOID
03. 24 KO CYLINDERS
04. FILTH
05. Bottom of the death valley
06. embryo
07. SHINSOU
08. GYAKUJOU TANNOU KELOID MILK
09. The Domestic Fucker Family
10. undecided
11. MUSHI
12. SHINSOU
13. JESSICA
14. KARASU
15. PINK KILLER
16. SHINSOU
Nota: 4,5/5,0
[Ouça]
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Na próxima parte: "VULGAR"!
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Resenhas INORAN: o novo e o não tão novo com velhos
Analisando as últimas do INORAN, ex-guitarra do LUNA SEA e atual guitarra do Tourbillon e solo!
apocalypse
09/2008
Basicamente, temos aqui um estilo um tanto quanto ocidentalizado, agitado, "alternativesco", com uma penca de efeitos frequentemente usados como bastante reverb e delay, scrachs, efeitos eletrônicos DJ-zísticos e vozes, etc. É até interessante, bem produzido... Os arranjos são bons também. E INORAN está definitivamente cantando melhor do que em alguns trabalhos anteriores. O grande problema é que ele parece o Kiyoharu, ao menos neste disco: desenvolve um estilo com certa autenticidade, com um quê alternativo, o que é bom até o momento em que esse estilo é desgastando pelo próprio artista.
A primeira metade de "apocalypse" chega a ser enjoativa. Na segunda, encontramos exceções como "Hydrangea" -- faixa pouco empolgante que parece misturar música medieval com batida de "R&B de MTV" -- e "9th", um pop rock agradável. E talvez, se você não for tão exigente, "SENNEKA" e "Regret", versões mais acústicas da sonoridade-chave do disco.
Nota: 2,5/5,0 ~ Este post não é tão pessimista! Continue lendo! =D
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~
THE BEST
01/2008
INORAN aproveitou o tremendo bafafá do show do LUNA SEA no ano passado para lançar esta coletânea, sua primeira. Cara esperto.
Uma característica: as músicas, no geral, não são tão agitadas quanto em "apocalypse".
Uma vantagem: há mais versatilidade sonora. Mas isso não é esperado de uma coletânea que abrange quatro álbuns de estúdio? Sim, mas vou esmiuçar adiante =)
Uma desvantagem: a capacidade vocal de INORAN não é tão boa quanto no último álbum.
É uma coletânea divertida de se ouvir. Faixas como "Spirit" e "Felicidad" são bonitas, cheias de efeitos e te deixam num ambiente viajante. Baladas belas e cativantes como "Walk along", "Toki no Iro" e "Come closer" também estão presentes, transparecendo musicalidade provavelmente remanescente dos tempos de LUNA SEA, mas sem deixar de demonstrar uma certa inoranidade (essa foi foda...). Há também momentos de maior obscuridade e mistério em "Can you hear it?" e "Sou", bem como momentos mais ocidentalizados 'alternativescos' em "raize" e "identity", que poderia ser uma música do FAKE? (isto é uma afirmação, o nome da banda é assim mesmo, com interrogação no fim =p).
É um disco agradável de se ouvir. E sim, espera-se sempre maior variação sonora em uma coletânea do que em um álbum de estúdio de alguém. Mas entre as faixas de "THE BEST", é fácil observar elementos em comum. A variação está lá, mas a unidade é muito grande, tudo pode ser facilmente visto como um único estilo. Algo sempre muito mais interessante do que a repetitividade de "apocalypse".
Pode parecer meio óbvio, mas talvez seja mais como a confirmação de uma "verdade universal": se você vai começar a ouvir INORAN solo, comece por "THE BEST".
Nota: 4,0/5,0 ~ Só senti falta de "not a serious wound" e seu baixo magnífico!
[Compre "THE BEST" no CD Japan!]
~
Agora, observem essa carinha:
Vocês conseguem imaginar este ser humano usando um ~BIGODE~??? Então, assista o clipe a seguir (quase não acreditei):
TOSHI virou oshare!
RadioBlast.com.br:
Por motivos de origem pessoal não divulgados, alheios à vontade dos músicos, o guitarrista JUN (ex-Phantasmagoria) e o baterista Shinya (LUNA SEA) não poderão vir ao Brasil para a apresentação da banda TOSHI with T-EARTH. Por isso, no lugar deles, virão Mitsujou e Takane, membros do Charlotte que acompanharam TOSHI em suas apresentações pela Coréia
Aí já virou TOSHI with Charlotte! "Go Go Toshi Deyama!"
Tentando aproveitar este post para falar algo de útil...
Sobre o especial de matérias/resenhas sobre álbuns do DIR EN GREY...
Pelo que li em comentários no Orkut, algumas pessoas acharam a resenha sobre o "GAUZE" pobre/superficial e a do "MACABRE", em contrapartida, feita com mais esmero e detalhes. Na minha opinião o "GAUZE" é um disco bem menos profundo do que o "MACABRE" e então deu no que deu. E vocês ainda vão me ver escrever textos maiores do que o da resenha do "GAUZE" sobre discos musicalmente menos profundos do que ele. Só que eu diria também que a época do "GAUZE" foi mais simples, diferente da época do tal disco menos profundo sobre o qual falarei adiante. Bom, isso tá ficando confuso. No final das contas, não tiro a razão de quem fez essa crítica =p
Sobre piadinhas...
Piadas sem graça?! EU?!?! Pou gente, piadas sem graça são a base de sustentação do humor corriqueiro da televisão mundial e de vários eventos artísticos (?) de grande magnitude como o Oscar e o Anime Friends (brincadeiriiiiiiiiiiiiiiiinha!).
E a seguir...!
* Resenhas sobre INORAN (ex-LUNA SEA)!
* E continua o especial DIR EN GREY!
* Aguarde e confie!
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terça-feira, 7 de outubro de 2008
Um pouco de história
Confiram um pouco das origens das melodias que a gente curte... Interessante que na época cantor precisava saber cantar e não ser bonito.
Só conheço o penúltimo, THE ALFEE
Pessoalmente, eu ainda adicionaria Southern All Stars (YouTube - "C Chou Kotoba ni Gyoujin", de 1979, cuja incorporação do vídeo para página fora do YouTube foi desativada pelo postante cabaço).
E tais coisas nos levaram a coisas como...
BOØWY - CLOUDY HEART (ao vivo, 1983)
B'z - BE THERE (1990)
Etc e tal!
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Retrospectiva DIR EN GREY: parte 2 ~ MACABRE
"Tínhamos esse conceito (...) quando ouvissem a música, uma incrível imagem surgiria."
Kaoru em FOOL'S MATE n. 271 (maio/2004)
2000
cor
cult
aprox. 75 min.
Se você quer realmente ouvir um disco e perceber seus menores nuances, até onde sua capacidade auditiva lhe permitir, eu recomendo que você use um fone de ouvido muito bom (confesso que não entendo dos de concha, mas dos auriculares eu diria que o da Apple é, de longe, o melhor) e escute o som na calada da noite, sozinho em seu quarto escuro. Dependendo de que disco você escolher, você vai começar a descobrir sons que você não sabia que estavam lá. E talvez o melhor disco para fazer isso seja "MACABRE".
"MACABRE" só não foi o primeiro álbum totalmente produzido pelo DIR EN GREY porque meras duas músicas, os dois primeiros singles, não foram produzidos por eles. Mas saiba, a influência de YOSHIKI já não mais reinava aqui. Este álbum faz jus ao nome. As músicas e a produção, no geral, passam a idéia de algo sórdido e... macabro. O título é perfeito, na verdade. Tão simples e tão eficaz.
A produção é a grande razão de fazer deste álbum algo tão bom de se ouvir com atenção especial. O disco é recheado de efeitos e sintetizadores. Mas por incrível que pareça, apesar da grande quantidade, foi tudo muito bem dosado e em momentos totalmente apropriados.
DIR EN GREY foi ainda além. Apesar de permanecer a evidente influência de seus heróis do visual kei (vide parte 1), o grupo utilizou algumas sonoridades antes nunca usadas (ao menos do jeito que encontra-se no álbum) no movimento. O exemplo que mais se destaca é o experimentalismo com um puta cheiro de rock progressivo das faixas "MACABRE -SANAGI NO YUME WO AGEHA NO HANE-" e "ZAKURO". A primeira tem 10 minutos cheios de acordes dissonantes, polifonia com três guitarras e violão e baixo rolando ao mesmo tempo, um monte de efeitos e melodia que definem muito bem tudo que eu descrevi sobre o álbum até então. A parte instrumental do meio da música deixa tudo mais calmo para, soturna e gradualmente, crescer e tornar-se cada vez mais tensa. Já "ZAKURO" é de uma delicadeza, beleza e melancolia tais que culminam no que só poderia ser um dos números mais tocantes do DIR EN GREY ao vivo de todos os tempos.
Falando em beleza, "HOTARUBI" é outra "balada" do álbum que chama muita atenção. Fica meio agitadinha depois do primeiro verso, mas o arranjo singelo guiado em boa parte por um violino sutil são de arrepiar. Talvez, aliás, não tanto quanto o esquisitíssimo e inesperado zumbido de cerca de 5 segundos, pendendo mais para um dos falantes estéreis, que começa mais ou menos a 3'20''. Será que eles fizeram isso sóbrios???
"WAKE" em seu jeito LUNA SEA de ser, a hardcoresca "Berry", a relaxante (?) "audrey" e a metaleira "RASETSUKOKU" são mais "direto ao ponto". Aliás, interessante observar que a sonoridade de "RASETSUKOKU" é uma das que ainda não havia sido explorada por bandas visuais até então. "Hydra", outro clássico ao vivo, mexe também um pouco com isso, usando ainda alguns samplers eletrônicos e, claro, o célebre canto gregoriano!
O mais estranho de "egnirys cimredopyh +) an injection" é... sim, seu nome (tente ler ao contrário). Mas o som não fica muito atrás. Tem um riff hipnotizante e macabro (a palavra mágica de novo sendo a melhor descrição). Mas riff hipnotizante viria a ser uma especialidade do DIR. E essa história começou com "MYAKU", o primeiro single de "MACABRE". A música tem alguns riffs nesse estilo, muito interessantes e grudentos. Não obstante, ela passa por uma série de mudanças de tempos... 3/4, 5/4, 4/4... Todas muito bem boladas e bem encaixadas. O tipo de coisa que NÃO me parece ter ocorrido por mero acaso (cagada durante um ensaio, por exemplo). E "[KR] cube"? Outra com um riff daqueles, bem maluquinho. No geral, ela pode não parecer tão inovadora, a princípio. Mas, na verdade, em sete anos de pesquisa sobre rock japonês, nunca achei nada parecido com ela (nem no resto do mundo, aliás). Desse álbum, a última dos riffs doidos e apropriados para lavagem cerebral é "Deity". Quer dizer, última a ser citada, mas a primeira do disco (isso porque sou uma pessoa extremamente organizada). Começa com cerca de dois minutos de um repetitivo sampler de vozes de monstros que faz você imaginar-se num tipo de inferno. Mas isto na verdade é legal, pra dar um clima. Não fica algo chato, principalmente depois que você já está acostumado com a música. Quando a tal começa de fato, revela-se a mais metal que o DIR já havia feito até então, mas sem deixar de lado um toque legal de harmonização e melodia. Com o detalhe da letra em russo.
O álbum fecha com "TAIYOU NO AO", pra terminar light, pouca distorção e tal. Acho que trechos como o de batida meio bossa a 2'55'' fizeram um chegado comparar a música a música brasileira. Sinceramente, nunca achei muita graça nela. Destoa bem do resto do álbum, mas bem, é um álbum visual noventista. Variação é de lei aqui! Eu diria, sem medo de errar, que "MACABRE" é um dos melhores álbuns de rock já feitos.
E o pior é que eu poderia dizer o mesmo sobre a arte do disco. Super trabalhada. Por exemplo (não reparem no fundo):
O visual possuía a excentricidade que a banda sempre usara até então, só que, na ocasião, apresentado de maneira apropriadamente mais obscura. Eu diria que ficou ainda melhor. Algumas das marcas visuais registradas da banda foram ainda mais reforçadas nessa época, como as cores de cabelo de Die, Kaoru e Kyo.
Os videoclipes, tal como o som, também evoluíram muito e começaram a se tornar algo especial na carreira da banda. A despeito do simples emaranhado de luzes de "TAIYOU NO AO", "MYAKU" mostra uma história bem macabra (de novo a palavrinha!!!!!) e efeitos como os membros da banda saindo da parede, enquanto a pérola "[KR] cube" apresenta-nos a uma história gangsterística com uma edição incomum e muito boa.
Para finalizar o resumo dessa era sem igual para o DIR EN GREY... os shows! Ah, os shows... Infelizmente, nunca pudemos ver um completo da época. Em vez disso, foi lançado em DVD um documentário da turnê do álbum, que rolou entre 2000 e 2001. Em meio a um cenário sempre super-produzido (que melhor pode ser descrito com a maldita palavrinha mágica), a banda estava mais animada e performática do que nunca.
Pena não podermos presenciar como ocorreu na época mesmo o momento encantador que era o número da música "MACABRE". O grupo começava o show com ela, tocando atrás de uma cortina que mostrava apenas as silhuetas gigantes dos músicos, projetadas com holofotes no fundo do palco. Então, no meio da música, naquele trecho instrumental tenso e crescente, a cortina levanta-se bem na hora que começa o solo de guitarra. Espetacular. Ao menos, podemos conferir o número memorável na filmagem do show não tão impactante, mas ainda bom, do terceiro dia do "BLITZ 5DAYS". (YouTube)
Interações dos membros entre si e com a platéia, comemorações de aniversários dos membros no meio das apresentações, toda a animação que já rolava parece ter rolado ainda mais nessa turnê. E Kyo começou a cuspir sangue falso, quebrar ovos na cara e se arranhar um pouco. Isso ainda era legal na época. Só um detalhe -- o final da turnê foi no Nippon Budokan,
Certamente tempos especiais para a banda, para o visual kei e até mesmo para o j-rock em geral. Mas muita água ainda iria rolar!
MACABRE
01. Deity
02. MYAKU
03. WAKE
04. egnirys cimredopyh +) an injection
05. Hydra
06. HOTARUBI
07. [KR] cube
08. Berry
09. MACABRE -SANAGI NO YUME WO AGEHA NO HANE-
10. audrey
11. RASETSUKOKU
12. ZAKURO
13. TAIYOU NO AO
Nota: 4,5/5,0 ~ Imperdível! Mesmo!
[ouça]
[compre no CD Japan]
Confira a seguir a parte 3, sobre o álbum "KISOU"!
PS: Neste blog (o mesmo da primeira parte) achei um artigo muito grande e muito, muito legal. É uma resenha sobre o livro de partituras do "MACABRE". Vale muito a pena ler, pra quem sabe inglês!
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domingo, 5 de outubro de 2008
DuelJewel com lançamentos digitais
Segundo o JaME, DuelJewel lançou seu novo single, "against", exclusivamente pelo site HearJapan, bem como disponibilizou lá alguns de seus singles mais recentes. O álbum novo dos caras, "GLASSFIA", também vai sair no HearJapan, mas ganhará ainda uma versão em CD.
Pela rápida pesquisa que fiz, um álbum lá deve custar, atualmente, não muito mais de 30 reais. Penso em comprar esse álbum do Duel, pra dar um apoio, mas com algumas condições:
* Esperar o dólar baixar =p
* Se o álbum for bom, claro. O último foi um tanto quanto decepcionante. Acompanho a banda desde 2002 e eles mudaram muito. O som ficou mais simples. Eles eram uma banda muito boa, com um quê noventista sem deixar-se levar pela mesmisse. Hoje o som deles tem um pouco menos de variedade e me parece soar mais comum com relação às outras bandas atuais. Até o visual acompanha, como você pode observar.
DuelJewel no CD Japan, pros mais conservadores =)
Um pouco de Duel antigo, pra quem não conhece:
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terça-feira, 30 de setembro de 2008
Retrospectiva DIR EN GREY: parte 1 ~ GAUZE
O álbum novo do DIR EN GREY, "UROBOROS", está chegando aí. Então, resolvi falar um pouco sobre os álbuns anteriores a título de retrospectiva. É aquele velho papo de professor: pra entender o presente, temos que entender o passado. Álbum a álbum, vamos dar uma olhada na tragetória do quinteto de Kansai. Se fôssemos falar do BUCK-TICK, isso seria loooooooooooooongo, mas como é o DIR e estamos em 2008, vai ser de boa!
1999
cor
drama
aprox. 65 min.
Alguns consideram "GAUZE" a obra-prima da banda. Eu não gosto tanto dele, porque o conheci junto com os dois álbuns seguintes, que acho bem mais artisticamente pertinentes. Mas isso é assunto para adiante...
Quando o DIR EN GREY começou em 1997, musicalmente eles eram praticamente mais uma banda pós-Kuroyume (durante seu primeiro mês de vida, o DIR se chamava DEATH MASK, em alusão a uma música do Kuroyume). Quem os visse na época poderia pensar que eles eram só mais uma bandeca visual à toa. Só que, em 1998, eles venderam o segundo single, "-I'll-", tremendamente bem para uma bandeca, conseguindo aparecer em 7º lugar no ranking semanal da Oricon. Um feito raro até mesmo para os padrões atuais. O resultado foi um contrato major com a EAST WEST JAPAN, do grupo Warner. Curiosamente, cinco singles depois, eles lançaram o álbum "GAUZE" pelo selo independente FREE-WILL, onde permanecem como banda major (leia-se: "galinha dos ovos de ouro") até hoje.
O maior sucesso comercial do grupo foi co-produzido por YOSHIKI. Ao que parece, pelos créditos do encarte do disco, o cinco singles (metade do álbum) passaram pelas mãos do produtor, empreendedor e ditador YOSHIKI. A orquestrinha no arranjo de "Cage" não deixa dúvidas disto.
Aliás, "Cage" e outro single, "YOKAN", são duas das faixas mais prestigiadas de "GAUZE". Injustamente, eu diria. O álbum tem trabalhos mais impressivos. "raison dentre" e seu título escrito num francês semi-analfabeto dá um ar novo à musicalidade visual kei com seu toque eletrônico, a despeito do início de carreira do DIE IN CRIES. "mazohyst of decadence", embora não seja a coisa mais criativa do mundo (vide adiante), procura trabalhar com uma estrutura mais intensa, algo não muito comum no movimento. Assim como a dramática "304 GOUSHITSU, HAKUSHI NO SAKURA", "Schwein NO ISU" tem uma melodia cativante, só que trabalha com a agressividade (e de uma maneira muito bem dosada).
O mais interessante de "GAUZE" é que ele é um grande resumo do que aconteceu no visual kei até 1999. Em sua variedade, o disco não chega a mostrar tudo, mas apresenta boa parte do que havia sido desenvolvido musical e até visualmente no movimento até então. Bom... no fundo, acho que o DIR EN GREY era mais uma mistura de Kuroyume e LUNA SEA, com um maior apelo visual (o que viria a mudar). Observe o infográfico comparativo abaixo:
Só que eu diria que logo em "MACABRE" (2000) eles já conseguiram desenvolver sonoridades mais originais (mais sobre isso na próxima parte do especial).
Falando em apelo visual, o do DIR era especial. Não façam piadinhas sexuais, mas todos os integrantes eram bonitos. E nessa época específica, era como se cada um tinha uma cor de cabelo determinada que o identificasse. Die: vermelho; Kaoru: rosa/roxo; Toshiya: azul; Shinya: castanho... Kyo estava com o dele tingido de vermelho/vinho, mas logo consagrou-se com o loiro intenso. As indumentárias ainda contavam com algo a mais... ou melhor, a menos. Um pouco menos de tecido. Mostravam um pouco mais o corpo dos integrantes em comparação com as roupas normalmente usadas por bandas visuais noventistas:
É um visual muito bem feito, na verdade. E na época tinha um impacto forte, ainda, creio. No Ocidente, certamente tinha.
Não obstante, DIR EN GREY investia ainda mais no visual via outro meio: o videoclipe. Todas as faixas de "GAUZE" ganharam um clipe num VHS/DVD. É certo que a maioria desses clipes seguiam o padrão visual kei: pouca criatividade, sendo o grande chamariz o próprio visual da banda. Mas chamar creio que a atenção para seu visual tenha sido justamente o propósito da coisa.
Apesar de tudo isso, o DIR EN GREY tomou rumos diferentes. Em vez do sucesso certo de músicas manjadas e aparência multicoloridamente (?!?!) apelativa, a banda, aos poucos, louvadamente seguiu caminhos mais ousado. É o que veremos em breve, nas resenhas dos álbuns seguintes.
GAUZE*
01. GAUZE -mode of adam-
02. Schwein NO ISU
03. YURAMEKI
04. raison dentre
05. 304 GOUSHITSU, HAKUSHI NO SAKURA
06. Cage
07. TSUMI TO BATSU
08. mazohyst of decadence
09. YOKAN
10. MASK
11. ZAN
12. AKURO NO OKA
13. GAUZE -mode of eve-
* = Romanizações/grafias de acordo com as fornecidas no site oficial em 2007 (atualmente não se encontra), a despeito do que pode ser encontrado no link fornecido.
Nota: 3,5/5,0
COMPRE!
PS: Pra quem mexe com música... Acabo de achar uma tradução para o inglês de um artigo do livro de partituras do "GAUZE". Você sabia que Kaoru alugou duas Les Pauls e uma Jaguar para gravar algumas músicas como "Schwein NO ISU"?
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La'cryma Christi no Imeem.com
Quando percebi que uma das poucas bandas que moram no meu coração não tinha um playlist no Imeem.com, resolvi criar um. O La'cryma merece. Afinal, é uma das melhores bandas visuais dos anos 90. Aliás, não, de todos os tempos. "Descobertos" pelos caras do LUNA SEA, o estilo deles é autêntico e muito bem trabalhado. Minhas partes favoritas são as melodias e as linhas de guitarra =)
Selecionei as seguintes músicas, dentro do limite do que já estava apado no site:
01. Mirai Kouro
Single (1998), Lhasa (1998)
Uma de boinha pra começar. Lembro que, pelo papo que eu levava com uns conhecidos há alguns anos, essa era uma música que chamava bastante anteção de quem não conhecia bem a banda.
02. Vampire Circus
DEEP SPACE SYNDICATE (2003)
Agitadinha e muito bonita, uma das mais marcantes faixas do que considero o melhor álbum deles (e o último bom).
03. IN FOREST
Single (1998)
Gozado, o verso é muito diferente do que me lembro de ouvir no álbum. O arranjo, no geral, também. Acho que fiquei muito tempo sem escutar La'cryma. Essa já começa a agitar um pouco mais as coisas. Seguindo a lista até aqui, já dá pra sacar que a variedade dos caras era boa. Característica que hoje em dia, aparente e infelizmente, virou noventista no meio visual.
04. Ivory Trees
Single (1997), Sculpture of Time (1997)
O clima agitado continua, desta vez mais feliz.
05. Henseifuu
Sculpture of Time (1997)
Tudo muda radicalmente aqui. A balada dramática a meio tempo cria uma atmosfera tensa. Tudo muito bem construído sempre por um arranjo bem elaborado. Refrão encantador. Engraçado que a música está no "Singles Collection" (2000) apesar de nunca ter sido o lado-a de um single.
06. THE SCENT
Single (1997), Sculpture of Time (1997)
Uma rápida introdução meio caipira estadunidense (ou "country", se você preferir) leva ao estilo rápido e feliz que você já deve ter sacado que é a cara da banda. Mas não se deixe enganar, você já vai ter a chance de descobrir que o La'cryma vai além e também tem um lado mais agressivo a mostrar...
07. Lhasa (unplugged)
Single (1998)
... Mas não agora, como o título sugere =) Bem baladinha relax mesmo, mesmo com a voz aguda do TAKA.
08. Jounetsu no Kaze
Single (?), &・U (2002)
Agora a coisa muda bastante. Um som com influências hispânicas! E uma recomendação pra quem gosta de clipe com historinha. Mas não pra quem gosta de um clipe muito bem feito =p (Digamos que o forte dos caras mesmo é a música...)
09. Blossom
Single (2002), magic theatre (2000)
Esses caras nasceram fazendo música bonita! Fala sério! A ponte combinada com o refrão são demais. O solo é primoroso -- é assim que se faz, algo belo, e não com notas na velocidade da luz.
10. Eien
Single (1999)
Depois dessa, eu ousaria dizer que La'cryma Cristi, no mínimo, compete com X JAPAN para o título de banda mais romântica do visual kei (considerando que GLAY e L'Arc~en~Ciel começaram/têm alguma coisa a ver com o movimento, mas distanciaram-se rapidamente e muito do mesmo).
11. Angolmois
Sculpture of Time (1997)
Poxa, como tem música desse álbum no Imeem. Ah, bem lembrado, o La'cryma também tem um leve lado experimental. Eu diria que o início dessa música lembra algo de rock progressivo... mas só lembra, vagamente. E já estamos um pouco mais pesados aqui.
12. Sanskrit Shower
Sculpture of Time (1997)
Daquele álbum de novo... Sim, ele é muito bom mesmo. Mais uma faixa diferente, pra quem tava achando a lista muito melosa.
13. Simply Red
DEEP SPACE SYNDICATE (2003)
Não, não tem nada a ver com a banda ocidental. Uma balada quase hard rock, sabe, porque ela tá tão calminha, só na voz e piano, daí entra guitarra e tal e o refrão dá uma pancadinha!
14. Yuki ni Natte Kieta Futai
magic theatre (2000)
E cá estamos mais uma vez com um descontraído pop rock.
15. HAVEN
DEEP SPACE SYNDICATE (2003)
Sempre me senti nas núvens ouvindo esse som... Um 'gran finale' original por ser tão singelo. Cara, tinha uma época que eu ouvia esse álbum aos sábados, quando ia pra facul de dia... Ele é maravilhoso e me faz lembrar do tempo de sol ameno daquelas manhãs =)
Faltaram:
Warm Snow
Without You <3
SHY <3
GROOVE WEAPON <3
Israel (diferentona e estranha -- interessante!)
Heart&Soul
Os caras hoje em dia...
KOJI: Foi o primeiro a sair, em meio ao início da decadência musical deles (2004). Chegou a tocar no Creature Creature e atualmente está no ALvino com o ex-PIERROT Jun.
HIRO e TAKA: Formaram uma dupla chamada Libraian. O estilo musical lembr ao velho La'cryma, mas as primeiras músicas não foram nada empolgantes. Mas eles continuam na ativa, já lançaram até um álbum... Quem sabe vale a pena ouvir...
SHUSE: Toca com yasu (Janne Da Arc) no Acid Black Cherry.
LEVIN: Toca com TOSHI (X JAPAN) no TOSHI with T-EARTH.
La'cryma Christi no CD Japan
www.lacrymachristi.jp
www.libraian.jp
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segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Entrevista no JaME: abingdon boys school e "Live Earth"
O JaME inglês acaba de publicar uma entrevista com abingdon boys school, aquela banda de rock do cantor Nishikawa Takanori (TM Revolution), umas das melhores coisas que já surgiu no rock pesado. Em um breve porém notório trecho, eles comentam sobre o "Live Earth":
JaME: No ano passado vocês tocaram no 'Live Earth', que é foi um evento para combater as mudanças climáticas. O evento ocorreu em vários lugares do mundo e foi amplamente promovido pela mídia internacional. Como foi para vocês tocar nesse evento?
Nishikawa: Honestamente, nos eventos internacionais como os de Londres ou dos EUA seus conceitos eram claros e a consciência do público era alta, então o evento foi bem mesmo que o tema fosse difícil sobre ecologia e o meio-ambiente da Terra. Contudo, o evento no Japão foi como qualquer outro evento musical.
Kishi (tecladista): Sim. Foi só como músicos fazendo o que sabem em cima do palco um após o outro.
Japonês é que nem brasileiro, gosta de malhar o próprio país? Lembro-me de que, na época, logo depois do "Live Earth" acabar, saiu em algum jornal uma crítica de que, nos países em geral, os shows em si chamaram mais atenção do que a causa ambiental. Imagino eu, especialmente em casos como a temporária, histórica e agora irrecuperável reunião dos membros da formação consagrada do Pink Floyd.
Isso me lembra de toda a papagaiada sobre "rock ter atitude", "tal estilo de rock ter uma causa/filosofia", baboseiras desse tipo. Tudo papagaiada, óbvio. Ou é delírio adolescente, ou tática pra atrair público e aumentar vendas, mas de qualquer maneira, pura ladainha. O clima continua fodido, mas o Pink Floyd vendeu alguns milhões de discos depois daquele show no "Live Earth", por exemplo.
Felizmente, o mercado musical japonês parece imune a esse mal. Salvo uma banda ou outra -- incluindo algumas que acham que visual kei é a filosofia de vida definitiva, fruto do clímax das expressões artística e científica, o cume da produção cultural humana -- as bandas de lá parecem, no geral, defender a filosofia que considero a mais nobre no mundo da música: fazer um trabalho legal.
abingdon boys school no CD Japan
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segunda-feira, 22 de setembro de 2008
DIR EN GREY - GLASS SKIN (ao vivo no Music Japan)
Depois de muito tempo, coisa de uns cinco, seis anos, DIR EN GREY apareceu novamente em um programa de TV desses que vão várias bandas tocar, com apenas o vocal sendo ao vivo, o instrumental sendo playback editado pra ficar menor. No caso, o Music Japan, do canal NHK, da última semana.
A primeira coisa que observei foi a confirmação da minha previsão. Kyo desafina logo no primeiro verso e mantém o padrão até o final do vídeo. Realmente, ele estragou sua voz, nunca mais será o mesmo, ao que parece.
Pontos interessantes: Kyo e Kaoru vestiram-se de um jeito que lembra o DIR EN GREY de 2003, da época do "BLITZ 5DAYS", quando a banda ainda era uma banda, apenas com um provável embrião do desastre que se tornou. Mas eu diria que, logicamente, o fato dos dois usarem uma roupa que lembre uma época não quer dizer nada.
Pra quem tem tempo de sobra:
Grato ao Kaoru (usuário) pelo link!
"GLASS SKIN" no CD Japan
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domingo, 21 de setembro de 2008
Gackt, atuando, se sai como um ótimo cantor
MOON CHILD
Filme, ação/drama, 2003
Eu acabo de aproveitar minha oportunidade de assistir a "MOON CHILD", primeiro filme estrelado por HYDE e Gackt, tanto junto quanto separados... Mas bem, isso é mero formalismo, porque você já tão carecas de saber. Também sei que fui o último cara a assistir esse filme. Portanto, o que vem a seguir é mais um desabafo do que uma crítica.
Um amigo uma disse (e hoje sei que ele teve a pachorra de dizer) que o filme não era tão ruim. Puta que la merda... por onde começar? Talvez relatando o que percebi logo de cara, pra minha surpresa: a atuação do HYDE não é das piores e a do Gackt, ao menos nas cenas humoísticas, é um lixo. E nas não-humorísticas não é nenhum primor. Eu esperava que os desempenhos de HYDE e Gackt no filme fosse justamente opostos, já que o Gackt é o cara que é cheio de atuar por aí. Imagino que ele tenha melhorado bastante pra chegar trabalhar no hollywoodiano "Bunraku", ainda e ser estreiado.
E lembremos que o enredo original foi desenvolvido por Gackt. Pois bem, retomo o título deste post afirmando que criando argumentos, ele se sai como um ótimo compositor. A história é fraca. Aliás, a própria proposta do filme já é tosca: misturar gangster com vampiro. Tão infantil quanto o personagem esquisito do Gackt. Não obstante, spoilers aparte, a trama parece passar por algumas situações muito forçadas, às vezes até desnecessárias, ou seja, sem razão de ser. A cereja do bolo do enredo é o puta dramalhão forçado. Se bobear, "MOON CHILD" passa à tarde no SBT, com direito ao dublador do Arnold Schwarzenegger/MacGyver pro Gackt e uma mina pro HYDE. A dubladora da mocinha do filme que vai só perder tempo, coitada. Com esse filme, ela não vai ganhar grana nem pra pagar o combustível que vai gastar pra chegar até o estúdio de dublagem.
Pra fechar com chave de bosta diarreica, que não serve nem como adubo (acho), apesar de tudo isso, a pior parte do filme são as cenas de ação. As cópias -- pra não dizer plágio -- de Matrix entre as primeiras cenas fazem os olhos sangrarem. O Gackt faz tanta pose de fodão em vídeos e fotos relacionados a sua carreira musica... Como pôde se rebaixar a esse ponto?! Mas isso é só a ponta do iceberg. Você com certeza já viu um bando de caras em filmes estadunidenses trocando tiro a torto e a direito durante um tempo muito longo, digno de ator pornô, sem se acertar. Mas em "MOON CHILD" essa tradição é levada ao extremo. Faz as cenas dos filmes estadunidenses parecerem tão real quanto as contas que você, ou seu pais, têm que pagar. A cena a seguir foi, pra mim, o clímax do filme, pois foi a pior que já vi na minha vida inteira. Sério.
Quase dois segundos. E o cara nem reagiu. Talvez ele fosse fã do Gackt... Ou talvez ninguém envolvido com roteiro, direção e produção do filme tivessem a menor preocupação com verossimilhança!
Eu acredito que nada mais precisa ser dito.....
Nota: 0,5/5,0 ~ "Uma droga!"
HYDE no CD Japan
Gackt no CD Japan
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